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Caixa dispensa Corinthians também de pagar juros de dívida até abril

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24/02/2017 02h00

Em abril do ano passado o Arena Fundo de Investimento Imobiliário, que fica com as rendas dos jogos no estádio corintiano e que na prática faz os pagamentos do financiamento de R$ 400 milhões junto ao BNDS, deixou de quitar a dívida principal com a concordância da Caixa. Passou a pagar apenas juros. Porém, em novembro de 2016 a Caixa autorizou que nada fosse pago até abril de 2017.

A suspensão acontece no momento em que as partes finalizam detalhes de um acordo para aumentar o prazo do pagamento da dívida de 12 anos para 20 anos, diminuindo o valor mensal que atualmente é de cerca de R$ 5,7 milhões.

Apesar de a carência já estar em prática, o fundo ainda precisa assinar papéis relativos à ela. Para isso, haverá reunião no próximo dia a 8. A ata de convocação do encontro afirma que a assembleia vai deliberar sobre instrumentos exigidos pela Caixa, incluindo o contrato com o BNDES. O documento cita também que será discutida a assinatura de adendos que vão permitir a implantação de condições impostas pela Caixa, como "condição de eficácia para concessão de carência total (juros e amortizações) do serviço da dívida do financiamento por seis meses, com início em 15 de novembro de 2016 e final em 15 de abril de 2017".

A condição de eficácia é a contrapartida exigida pelo banco para conceder a carência, mas ela não foi detalhada na ata. Uma reunião prévia entre os cotistas (uma das empresas da Odebrecht e Corinthians) aconteceria na terça-feira para discutir o tema mas foi cancelada.

Procurada, a Caixa respondeu que "as operações envolvendo a Arena Corinthians são protegidas por sigilo bancário, conforme prevê a lei complementar 105/2001, motivo pelo qual não irá se manifestar".

Emerson Piovezan, diretor financeiro do Corinthians, não respondeu à mensagem enviada pelo blog na última terça sobre o assunto.

Abaixo veja reprodução de edital que cita a carência concedida pela Caixa.

 

 

 

 

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.