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Como derrota para o Palmeiras virou munição política no São Paulo

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14/03/2017 08h59

A derrota por 3 a 0 para o Palmeiras no último sábado alimentou a fogueira política no São Paulo, que terá eleição presidencial em abril. A temperatura aumentou logo depois do clássico em um grupo de troca de mensagens formado por conselheiros.

Opositores criticavam o time e o planejamento da diretoria para a temporada. Um deles pediu para Marco Aurélio Cunha, ex-diretor executivo de futebol na atual gestão, dar a sua opinião. O goleiro Denis, a contratação de Douglas, a defesa e a suposta dependência em relação a Cueva tinham sido alvos de críticas.

Atualmente trabalhando na CBF, como coordenador de futebol feminino, Cunha não se esquivou. Pelo contrário, chegou disparando. Disse que bastou uma derrota dura para haver aproveitamento político. Afirmou ainda que continua vendo um ótimo trabalho e falou para os opositores aproveitarem porque serão poucas as chances de falar mal (do time), além de pedir para que não misturem política e futebol.

 "Quando ganhou do Santos na Vila, ninguém apareceu, nem para elogiar. Transferir para a gestão o resultado do jogo é que diminui o poder de análise", declarou Cunha ao blog, resumindo o que afirmou durante a discussão.

Os oposicionistas que fizeram as críticas não foram localizados para falar a respeito do assunto.

Sobre Denis, o ex-diretor admitiu a falha do goleiro no terceiro gol, mas não no golaço de cobertura feito por Dudu. Para ele, a pintura foi mérito do palmeirense, que aproveitou uma brecha dada pelo estilo de jogo são-paulino, com o goleiro adiantado para facilitar a saída de bola.

O episódio ilustra como a disputa eleitoral pode respingar no time.

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que tenta a reeleição, e José Eduardo Mesquita Pimenta são os candidatos.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.