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Ex-diretor cita fim da "Marginal sem número" para exaltar Arena Corinthians

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06/03/2017 09h46

Fonte de aflições no Parque São Jorge por conta da dívida gerada e alvo de auditorias para saber se ela foi entregue como previa o contrato, a Arena Corinthians é usada pelo ex-diretor financeiro do clube, Raul Corrêa da Silva, para destacar o trabalho da antiga diretoria alvinegra. Ele cita entre os acertos dos ex-dirigentes o fim do apelido "Marginal sem número", usado por torcedores rivais na época em que o time jogava no Pacaembu. Parte do antigo estádio do clube fica voltada para a Marginal do Tietê.

A citação foi feita por Raul em carta ao Conselho Deliberativo para se defender da acusação de que teria maquiado o balanço patrimonial do clube de 2014 em R$ 328 milhões.

"Por fim, registro que a atuação diligente da antiga gestão no registro contábil da participação da arena foi apenas mais uma das diversas medidas implementadas para conferir maior transparência e eficiência à administração do SCCP – inclusive acabando com a história de Marginal sem número –, …" diz trecho da mensagem enviada pelo ex-dirigente.

Ele decidiu se manifestar após reportagem da Folha de S.Paulo que mostrava carta de seus sucessor no cargo, Emerson Piovezan, também aos conselheiros. O atual dirigente explicava que em reunião do órgão disse que usou a expressão "maquiado" de maneira coloquial para definir o balanço preparado pelo antecessor. Mas afirmou que a suposta informação errada distorceu a análise dos conselheiros, que acabaram aprovando a peça.

A maquiagem teria acontecido porque as cotas pertencentes ao clube no Arena Fundo, ligado ao estádio, foram computadas como receita direta tornando o balanço superavitário. Para Piovezan, elas deveriam ser registradas como patrimônio líquido, o que teria causado déficit.

Em sua carta, Raul negou a maquiagem. Ele escreveu que a forma como foram registradas as cotas observou estritamente as regras do Conselho Federal de Contabilidade. Entre outras explicações, disse também que a regularidade da maneira como incluiu as cotas no balanço foi atestada por uma auditoria independente e um escritório de advocacia.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.