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Opinião: Baptista expõe jogadores e não faz Palmeiras render o que pode

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23/04/2017 10h12

Após o Palmeiras bater a Ponte Preta por 1 a 0 e ser eliminado do Campeonato Paulista, Eduardo Baptista disse que se o alviverde tivesse a mesma determinação em Campinas que teve em casa o placar do primeiro jogo seria bem diferente de 3 a 0 para a Macaca. Com essa declaração, o treinador demonstra que ainda não entendeu que o motivo para derrota e consequente eliminação foi em primeiro lugar tático.

 O time de Baptista não conseguiu encontrar soluções para anular o domínio do adversário e isso tem muito mais a ver com estratégia e rapidez de reação do treinador para reverter a situação do que com vontade dos atletas.

Da maneira como falou, o técnico expôs seus jogadores. Assim como deixou Borja exposto ao afirmar que o atacante foi "contratado a peso de ouro, vive de gols e sabe que não está fazendo". O comandante disse uma verdade que não precisava ser dita em público. Deve partir dele o exemplo de resolver atritos no vestiário. Longe das câmeras, ele poderia ter dado uma dura no colombiano que externou sua insatisfação por ser substituído. Mas o técnico tentou apagar o fogo com gasolina.

Em qualquer equipe é fundamental que o treinador controle o vestiário. Num elenco recheado de jogadores caros, em que sempre alguns estarão no banco, essa característica é ainda mais importante. Só que Baptista vem mostrando certa dificuldade para lidar com seus comandados.

O filho de Nelsinho precisa se concentrar mais em fazer o Palmeiras ter um desempenho à altura do investimento feito no grupo e cutucar menos seus atletas. Assim como Borja sabe que não está fazendo os gols vitais para sua carreira, Baptista deve ter consciência de que o futebol apresentado pelo alviverde até aqui não é o esperado por torcida e diretoria. Depender exclusivamente de raça, determinação, não é coisa para quem investiu tanto na formação do elenco como no caso palmeirense.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.