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Declarações de Cuca respingam em Alexandre Mattos

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02/06/2017 07h54

As declarações de Cuca sobre o time titular do Palmeiras de hoje ser mais fraco em comparação com o do ano passado e a respeito de o clube precisar contratar mais um atacante respingaram em Alexandre Mattos. O treinador acabou colocando em xeque o planejamento feito para 2017, e o diretor-executivo de futebol é o principal responsável por ele.

Só que Mattos convive há tempos com pedidos de demissão feitos por conselheiros situacionistas, de diferentes correntes. A fala de Cuca fez com que a pressão voltasse. A maioria dos críticos considera que o dirigente gasta muito. Além dos valores desembolsados em troca de novos jogadores, eles também reclamam de pagamentos de comissões para empresários que consideram altos e foram negociados pelo cartola .

Na última quinta, motivado pela entrevista de Cuca após a derrota por 2 a 1 para o Internacional, que fez o time paulista avançar na Copa do Brasil, essa pressão ficou evidenciada com novo pedido para a diretoria demitir Mattos feito por Gilto Avallone, conselheiro da situação e membro do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização).

Em sua página na internet ("Nosso Palmeiras"), depois de escrever que Mattos tem que ser demitido imediatamente, ele diz que o clube está ultrapassando a marca de R$ 80 milhões em gastos com contratações nesta temporada, responsabiliza o diretor pela despesa e emenda: "como explicar a declaração do técnico de que o time do ano passado era melhor?".

Gilto já havia cobrado a saída de Mattos quando Eduardo Batista foi demitido. Também na ocasião, internamente, mais membros do conselho faziam pressão interna pela demissão. O blog, então, procurou o diretor para ouvir sua opinião sobre as críticas e até hoje não obteve resposta.

O efeito que a nova pressão terá depende em muito da atuação de Mustafá Contursi, nome mais influente da política palmeirense e que apoia a atual gestão, mas historicamente é contra altos gastos. Por enquanto, ele se mantém em silêncio em relação ao diretor. O mesmo não acontece com alguns de seus aliados políticos, caso de Gilto.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.