Opinião: todos erraram no caso Felipe Melo
Na opinião deste blogueiro, o caso Felipe Melo é daqueles em que todos brigam e ninguém tem razão. Erros da diretoria, do jogador e de Cuca culminaram com o afastamento do volante.
A diretoria errou no planejamento. Ao demitir Eduardo Baptista e contratar Cuca assumiu o risco de ter um treinador incompatível com pelo menos parte do time montado. E a incompatibilidade entre Cuca e Felipe é evidente.
Além disso, os cartolas deram um passo incerto ao trazerem o ex-jogador da seleção brasileira. Suas qualidades são tão conhecidas quanto seu temperamento explosivo, difícil. Eles instalaram uma bomba-relógio no clube e não souberam desarmá-la.
Por sua vez, Cuca tinha a obrigação de se empenhar mais para aproveitar uma das principais contratações do alviverde nesta temporada. Técnico não pode simplesmente dizer que um jogador desse nível não se encaixa no seu esquema tático e deixar a direção ameaçada de tomar prejuízo. Ele deveria encontrar uma maneira de aproveitar Felipe.
Um bom exemplo é Jô no Corinthians. Fábio Carille conseguiu dele mais movimentação do que costumava ter para se encaixar em seu sistema de jogo. Obviamente, isso depende da vontade do atleta em mudar.
Cuca alegou em entrevista coletiva que se antecipou a uma crise ao afastar o volante, pois um jogador do porte dele na reserva se transformaria em problema. Se foi isso mesmo, a atitude não condiz com os deveres de um treinador de ponta. É parte do trabalho de um técnico competente administrar vaidades e crises. Apenas tirar o abacaxi de seu colo é cômodo e fácil. Pra fazer isso, um treinador iniciante, mais barato, basta.
Já Felipe Melo falhou por não seguir à risca o que disse pouco depois de chegar ao clube. Ele prometera se sacrificar pelo Palmeiras. Aceitar a reserva sem criar problemas é um sacrifício. De acordo com a apuração do blog, na última sexta, o atleta reagiu mal ao saber que não seria relacionado para o jogo com o Avaí. A partir daí começou a discussão que agravou sua crise de relacionamento com o comandante. Trata-se de um atleta calejado a ponto de saber controlar suas insatisfações, mas não conseguiu.
O volante falhou ao não controlar seu temperamento. Não só neste episódio, mas desde que desembarcou no Palmeiras. Cada caso foi irritando Cuca, como a discussão do jogador com o preparador físico Omar Feitosa.
Felipe entrou no Palmeiras sem bater na porta. Fez o que lhe deu na telha. Não entendeu que não era soberano no clube e que deveria seguir regras comportamentais. Abusou no desejo de liderar e se impor. Agora paga o preço por bater de frente com quem conquistou a torcida antes dele.
Todos saíram perdendo com a sucessão de erros. E o maior perdedor nesse história, claro, é o clube.
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