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Seis problemas que explicam queda de rendimento do Corinthians

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30/10/2017 08h28

1 – Preparo físico

É visível o desgaste físico do time. Isso afeta a equipe tanto no ataque como na defesa.

No primeiro turno, quando um corintiano tinha a posse de bola na frente, pelo menos dois companheiros se movimentavam perto dele para oferecer opção de passe. Agora, com o cansaço, essa movimentação diminuiu e quem está com a bola nos pés tem menos opções. A distância para os companheiros aumenta a dificuldade na troca de passes e faz crescer a chance de erros.

Por causa da falta de gás de boa parte dos atletas, quando é perdida a posse de bola, a transição para a defesa é mais lenta do que era no turno inicial. Assim, os contra-ataques dos adversários passaram a ser mais perigosos. Procurado pelo blog, o preparador físico Walmir Cruz disse que não poderia dar entrevista por ordem da diretoria.

2 – Laterais

A queda de produção de Guilherme Arana e Fágner tem tudo a ver com a piora de desempenho do Corinthians. Os dois, principalmente o lateral esquerdo, estavam entre as principais armas da equipe no primeiro turno. Atacavam com eficiência e voltavam com rapidez para compor a defesa. Os cruzamentos de Arana eram letais.

A dupla agora é pouco eficiente no ataque. Fágner erra passes em demasia e tem dificuldade para recompor a defesa. Ele foi o corintiano que mais perdeu a bola na derrota do último domingo por 1 a 0 a Ponte Preta, de acordo com o site Footstats. Foram oito bolas perdidas graças a passes errados. Ainda assim, foi um dos mais eficientes no ataque. O lateral-direito também comete falhas de posicionamento defensivo que contribuem para gols adversários.

Por sua vez, o antes perigoso Arana fez apenas dois cruzamentos em Campinas, ambos errados. Sem contar com sua eficiência, o time acertou apenas quatro cruzamentos no jogo inteiro. Dois com Fágner e a mesma quantidade com Clayton. A Ponte fez seis cruzamentos certos.

3 -Meias

Jadson e Rodriguinho eram fonte de criatividade e articulação de jogadas no primeiro turno. Agora demonstram esgotamento físico e repetem atuações apagadas.

Jadson errou cinco lançamentos e acertou só um contra a Ponte. Rodriguinho lançou duas bolas com precisão e uma de maneira errada. Cada meia deu apenas um passe para a finalização de colegas.

4 – Manutenção do time

Apesar de ver despencar o rendimento de jogadores que foram fundamentais no primeiro turno, Carille prefere não tirá-los da equipe. Nomes como Jadson e Rodriguinho repetem más atuações e seguem na equipe. O desempenho coletivo não melhora e a diferença para os rivais vai derretendo.

5 – Contusões

No primeiro turno, o Corinthians também sofreu com lesões, mas quem entrou deu conta do recado. Na etapa final do campeonato, as lesões prejudicaram mais o time. Pablo custou a se recuperar de contusão e o rendimento da defesa sem ele não foi o mesmo. Pedro Henrique não conseguiu manter o mesmo nível da zaga. Pablo voltou contra a Ponte. Arana teve dificuldades para se recuperar de lesão e jogou várias vezes com dores causadas por uma fibrose. Contra o Botafogo o lateral fez a sua primeira partida depois do retorno ao time sem estar dolorido. O departamento médico do clube afirma que a fibrose (aumento de tecidos em processos de cicatrização) é normal após algumas contusões.

6 – Gols sofridos em cruzamentos

Fábio Carille não conseguiu corrigir as falhas que o time apresentava já no primeiro turno nas bolas cruzadas em sua área e o problema parece ter se acentuado agora. Os três gols levados pelo líder do Brasileirão nos últimos dois jogos, contra Botafogo e Ponte Preta, foram a partir de jogadas desta forma.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.