Opinião: Corinthians repete falha ao não se preparar para saída de campeões
Após as saídas de Guilherme Arana, Pablo e Jô, o Corinthians revive a situação de 2015, quando venceu o Brasileirão e sofreu para remontar a equipe. Na opinião deste blogueiro as perdas são compreensíveis. O que não dá para entender é a nova falta de planejamento da diretoria que acarreta demora para repor os desfalques.
Já pela campanha arrasadora no primeiro turno do campeonato nacional era esperada a valorização dos atletas corintianos e a dificuldade para manter parte deles. A própria política da direção alvinegra de segurar atletas na janela de transferências para Europa no meio do ano com a promessa a empresários de analisar propostas depois do campeonato indicava isso. O caso mais emblemático é o de Arana. Desde de agosto estava prevista sua saída para o Sevilla. Difícil segurar um jovem jogador nesse caso. Porém não é demais cobrar dos dirigentes que antes do fim da temporada já tivessem contratado o substituto do lateral-esquerdo.
A saída de Jô pegou a Fiel de surpresa, mas também é uma situação para a qual o clube poderia ter se preparado melhor. O Corinthians possuía 100% dos direitos econômicos do artilheiro. Ou seja, tinha um bom controle da situação. A proposta do Nagoya Grampus foi irrecusável para clube (cerca de R$ 38 milhões) e jogador. Trazer um reserva com características semelhantes às de Jô já estava nos planos. Júnior Dutra, que pode atuar como centroavante ou pelos lados do ataque foi contratado enquanto Jô ainda fazia parte do elenco, mas ele não é exatamente o que os alvinegros procuram como substituto.
Em relação a Pablo, a saída também era previsível. A negociação pela renovação do contrato do zagueiro travou faz pelo menos três meses. Era de se imaginar que ao endurecer com o empresário Fernando César, responsável pela carreira do beque, a diretoria tivesse uma carta na manga. Um substituto que fosse anunciado logo depois da oficialização do rompimento com Pablo. Mas nada aconteceu.
Ex-diretor de futebol e agora candidato à vice-presidência do clube na chapa de Paulo Garcia, Flávio Adauto diz que enquanto estava no cargo chegou a conversar sobre possíveis saídas de atletas com o técnico Fábio Carille. Ele acredita que há tempo para reconstruir um time forte desde que a base seja mantida.
Evidentemente, a situação de momento está longe de ser desesperadora. Mas o atual campeão brasileiro poderia se sentir mais confortável em relação a 2018 se tivesse olhado para erros do passado e se planejado um pouco melhor.
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