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Opinião: mais importante do que pena de Marin é investigar caso no Brasil

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22/12/2017 16h59

Anunciada a decisão do júri em Nova York de considerar José Maria Marin culpado por uma série de crimes, saber de quantos anos será a pena não é o mais importante agora. O que interessa é a reação das autoridades brasileiras. Elas irão procurar a fundo no Brasil possíveis reflexos criminais das atitudes atribuídas ao cartola? Ele alega inocência e vai recorrer.

Fraude financeira e lavagem de dinheiro, dois dos crimes que o ex-presidente da CBF praticou no entendimento dos jurados, frequentemente são acompanhados de sonegação de impostos e outros crimes tributários. Os cofres brasileiros não foram atingidos por tais delitos que os americanos afirmam terem ocorrido? Marin também foi condenado por conspiração para organização criminosa. Essa organização cometeu crimes em solo brasileiro? Responder a essas perguntas com celeridade e farejar os rastros de Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, ambos supostamente envolvidos, é o mínimo que se espera das autoridades brasileiras.

A condenação é mais uma chance para a polícia, a Receita Federal e a Justiça nacionais esclarecerem se casos suspeitos que estamos cansados de ouvir no futebol pentacampeão mundial de fato aconteceram ou não passam de fruto da imaginação de indivíduos levianos. Os americanos já têm a sua resposta. Falta a nossa.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.