Polícia investiga contradição nos depoimentos de Mustafá e Leila
Nesta quinta (21) Mustafá Contursi prestou depoimento no Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância) como parte da investigação sobre ingressos de patrocinadores do Palmeiras que chegaram às mãos de um cambista. As declarações do ex-presidente foram conflitantes com o que havia dito aos policiais Leila Pereira, dona da Crefisa e da FAM. Investigar os pontos contraditórios passou a ser uma das prioridades dos encarregados em elucidar o caso.
O cartola confirmou que recebia ingressos vindos dos patrocinadores palmeirenses em todos os jogos no Allianz Parque, como havia relatado Leila. Segundo os dois depoimentos, os tíquetes eram enviados pela patrocinadora ao sindicato que reúne entidades ligadas ao futebol e é presidido pelo palmeirense.
A partir do recebimento, as narrativas se distanciam. Contursi contou aos policiais que uma parte dos ingressos que recebia vinha separada e em nome de uma sócia do Palmeiras chamada Eliane. A separação seria feita pelos patrocinadores. O cartola contou ainda que entregava a sua parte de graça para amigos ligados ao clube e mandava os demais para a associada. Quando sobravam ingressos de sua carga, eles eram destruídos, conforme essa versão.
Porém, Leila declarou à polícia que enviava 70 ingressos por partida ao sindicato, mas que todos eram para Mustafá. Não havia, segundo ela, uma cota para Eliane, que teria repassado as entradas frequentemente para um cambista com trânsito na Mancha Alviverde. O caso veio à tona depois que Paulo Serdan, presidente de honra da torcida organizada e conselheiro do clube, procurou o conselho. Ele relatou que Eliane pediu ajuda por supostamente estar sendo ameaçada pelo cambista desde que a Crefisa deixou de enviar os bilhetes para Mustafá.
Contursi não atendeu ao blog para falar sobre os depoimentos divergentes. Já a assessoria de imprensa de Leila respondeu que todos 70 ingressos eram entregues a Mustafá.
A polícia agora investiga a contradição. Fundamental para esclarecer a divergência será o depoimento de Eliane. Ela ainda não compareceu à delegacia porque já tinha marcado viagem para os Estados Unidos antes de ser intimada.
Os policiais também querem descobrir se o dirigente repassava os ingressos para sócios e conselheiros como parte de uma operação para fortalecer a imagem de Leila enquanto ela era candidata ao conselho ou se o destino final era mesmo um cambista, o que Contursi nega.
Em seu depoimento, Leila disse que nunca foi abordada para receber agradecimentos de pessoas que teriam ficado com os ingressos supostamente dados por Mustafá. E que era comum ser procurada por outros torcedores que recebiam as entradas que saíam das patrocinadoras palmeirenses. Esse ponto chamou a atenção dos responsáveis pelo caso e também será investigado.
Contursi foi o principal aliado da empresária e do marido dela, José Roberto Lamacchia,também dono das empresas, na vitoriosa campanha deles por uma vaga no Conselho Deliberativo. O cartola apresentou documento assegurando que ela tinha tempo suficiente como sócia do clube para se candidatar.
Eles romperam após o episódio dos ingressos.
Além do inquérito policial, aberto a pedido do Ministério Público, há uma investigação feita pelo Conselho Deliberativo palmeirense.
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