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Opinião: Kazim caminha para ser "Muralha" do Corinthians

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28/01/2018 10h05

As vaias recebidas por Kazim na vitória alvinegra por 2 a 1 sobre o São Paulo, no último sábado (27), embalam ainda mais o atacante no caminho para se transformar no "Muralha" do Corinthians.

A rejeição da Fiel ao turco tende a se igualar à demonstrada por flamenguistas ao goleiro, agora emprestado ao Albirex Niigata (JAP), caso a sequência de fracas atuações não seja interrompida. Não só no estádio, mas nas redes sociais, a torcida mostra sua impaciência com o atleta.

Os números também gritam contra o atacante. De acordo com o site "Footstats", em três jogos no Campeonato Paulista, o centroavante fez apenas duas finalizações, ambas erradas. Assim, segue sem marcar gols.

O reserva Júnior Dutra, seu principal concorrente por uma vaga no time titular, em quatro participações finalizou sete vezes, acertando a pontaria em três. Autor de um gol na competição, ele é o segundo maior finalizador da equipe com sete conclusões. Fica atrás apenas de Jádson, que finalizou 11 vezes, sendo sete de maneira correta, em quatro jogos.

A comparação com Dutra também é cruel para Kazim no quesito perda de posse de bola. O "gringo da favela" acumula nove perdas contra quatro do colega.

O corintiano descontente com o substituto de Jô nem precisa ver as estatísticas para chiar. Erros básicos como a dificuldade de dominar a bola elevam o grau de irritação da Fiel.

Se por um lado, em maio a avalanche de críticas, Carille apoia Kazim, por outro joga mais pressão no atacante ao cobrar da diretoria a contratação de um camisa 9.

Para preservar o jogador, os nervos da torcida, sua imagem de bom treinador e principalmente o futebol do Corinthians, Carille precisa deixar o atacante por um tempo só treinando. Vai que ele melhora. Continuar entrando em campo agora só vai expor as deficiências e tornar sua permanência no clube insustentável, como aconteceu com Muralha na Gávea.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.