Dono da Crefisa aciona sindicato de Mustafá por R$ 430 mil
A crise entre os donos da Crefisa, patrocinadora palmeirense, e Mustafá Contursi, ex-presidente do clube, ganhou mais um capítulo em janeiro. José Roberto Lammacchia, proprietário da empresa, entrou com ação na Justiça para cobrar R$ 430 mil do Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional, presidido pelo cartola. Ele pede que a quantia seja acrescida de juros, atualização monetária e honorários advocatícios.
Como revelou o blog, Lamacchia repassou o dinheiro para a entidade. Ele alega que fez um empréstimo e não recebeu o pagamento. Porém, Mustafá afirmou a membros no sindicato que o empresário fez uma doação. Assim, pela versão do conselheiro palmeirense, o dinheiro não precisaria ser devolvido.
Nesta quarta (31), a juíza Cristiane Amor Espin deu 15 dias úteis, a partir da citação, para o sindicato responder às alegações de Lamacchia.
A assessoria de imprensa do dono da Crefisa afirmou que ele não vai se manifestar sobre o caso. Mustafá não atendeu às ligações do blog.
O envio de dinheiro do empresário para a entidade foi feito em 5 de maio de 2017, conforme alega Lamacchia na ação. Os advogados do empresário apresentaram à Justiça um e-mail do dirigente para Leila Pereira, mulher e sócia de José Roberto, alegando ser uma prova do empréstimo. Obtida pelo blog, porém, a mensagem não menciona ser a transferência um pedido de dinheiro emprestado. Também não esclarece se é uma doação.
"Prezada Leila, conforme solicitado, informo dados bancários do sindicato. Muito agradecido pelas sua providências", escreveu Mustafá no e-mail em 4 de maio, às 10h59.
A peça inicial apresentada pelos representantes do empresário não cita a existência de contrato de empréstimo referente à quantia. Eles afirmam apenas que Mustafá se comprometeu a pagar em alguns meses, "tão logo fosse solicitado" por Lamacchia. Relatam ainda que, após cerca de seis meses, o empresário pediu o dinheiro de volta, mas não foi atendido. Em seguida, o patrocinador palmeirense enviou uma notificação extrajudicial ao sindicato. No processo, ele alega que Mustafá respondeu que a entidade nada deve a ele.
Na ocasião do envio do dinheiro, o cartola, Lamacchia e sua mulher, Leila Pereira, andavam de mãos dadas. Em fevereiro do mesmo ano o casal foi eleito para o Conselho Deliberativo do clube e teve Contursi como principal cabo eleitoral. O ex-presidente assinou o documento que atestava que Leila tinha o tempo exigido como sócia para ser candidata.
Ainda no ano passado, os ex-aliados se desentenderam. Leila se disse decepcionada com o dirigente por conta de ingressos que a patrocinadora teria repassado a ele e acabaram nas mãos de cambistas. Ele nega ter enviado bilhetes a revendedores. O caso é apurado pela polícia e no clube.
Depois, Leila deu outras declarações criticando o novo desafeto.
Aliados do dirigente sustentam que ela rompeu com Mustafá porque ele se recusou a trabalhar para reduzir o tempo necessário para conselheiros poderem disputar a eleição presidencial do clube. A mudança beneficiaria a empresária.
Abaixo, veja reprodução do e-mail enviado por Contursi para Leila. Endereços de e-mails e dados bancários foram apagados pelo blog.
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