Eleição e revés nos bastidores. A pressão sobre Galiotte e Andrés na final
O palmeirense Maurício Galiotte abre seu último ano do atual mandato como presidente do clube tentando o título paulista neste domingo. Ao mesmo tempo, o corintiano Andrés Sanchez marca seu retorno à presidência com a chance de ser campeão logo na primeira competição. Apesar dos momentos distintos, levantar a taça no Allianz Parque tem semelhante peso político para ambos.
No caso do cartola alviverde, colocar as mãos no troféu tem a ver com votos. A próxima eleição no clube está prevista para novembro e provavelmente o presidente será candidato à reeleição. A votação deve ocorrer antes da final da Libertadores, principal objetivo palmeirense. O campeão brasileiro dificilmente estará definido até o dia do pleito. Ou seja, o Estadual representa uma das poucas chances de Galiotte de conquistar um título antes da eleição. Outra oportunidade é a Copa do Brasil.
Parte dos conselheiros, a maioria ligada a Mustafá Contursi, defendem uma retirada em massa de apoio ao presidente caso ele seja candidato e mantenha Alexandre Mattos como executivo de futebol do clube. Basicamente eles se queixam que o funcionário tem muita autonomia e provoca gastos incompatíveis com as conquistas em campo, apesar do caneco do Brasileirão em 2016.
Nesse cenário, vencer o Paulista em cima do maior rival, daria musculatura para Mattos, aliviando a pressão sobre Galiotte em termos de seus planos para um eventual novo mandato.
Do lado preto e branco da decisão, Andrés sofre críticas de conselheiros por supostamente ter mostrado fraqueza nos bastidores diante do Palmeiras. O caso principal é o recuo em relação a realizar treino aberto no sábado de manhã, após pedido do Ministério Público e da Polícia Militar. Só os palmeirenses cumpriram o protocolo de aviso às autoridades de segurança pública, e ganharam apoio delas para manter sua programação. Pressionado pela ameaça de o MP entrar com uma ação para impedir a presença dos torcedores nos dois treinos e de até de tentar a destituição dos presidentes em caso de confronto entre torcedores, Andrés mudou o trabalho da equipe para a última sexta-feira.
Além disso, o próprio cartola corintiano afirmou que já havia cedido demais em benefício do Palmeiras durante o campeonato ao dizer que não recuaria em relação ao treino aberto.
Depois da mudança, o dirigente foi criticado em redes sociais por torcedores, acostumados com posturas firmes do cartola em disputas com rivais. A conquista do título em território verde praticamente passaria uma borracha no episódio.
A conquista ainda amenizaria a pressão de conselheiros e torcedores pelo fato de a diretoria não ter conseguido um substituto para o atacante Jô. Principalmente por ter no currículo a contratação de Ronaldo, a vitória de Sanchez gerou a expectativa entre torcedores de que pelo menos um nome de peso para o ataque viria. Mas as contratações foram modestas, seguindo a limitação financeira do clube. A falta de um centroavante é o principal ponto fraco do time.
Nesse contexto, o fato de a decisão, nos dois casos, ser contra o maior rival, potencializa tanto a paz como a turbulência que Galiotte e Andrés vão enfrentar a partir do fim da tarde deste domingo, dependendo do placar da final.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.