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Em aniversário, Santos vê presidente pressionado por ligação com empresa

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14/04/2018 07h59

O Santos comemora 106 anos de existência neste sábado (14) em clima de tensão política. A revelação pelo blog de que o presidente José Carlos Peres é sócio de uma empresa de marketing, agenciamento de jogadores e intermediação de vendas de atletas deixou o dirigente pressionado.

A tese de o caso merecer um pedido de impeachment por supostamente ferir o estatuto se alastrou na oposição. O clima na Vila Belmiro já é de articulação política com o objetivo de que a comissão de ética e sindicância do conselho deliberativo examine se há motivo para o impedimento do dirigente e submeta seu parecer ao órgão. Para isso, é necessário que conselheiros apresentem um requerimento ao conselho. Eventual aprovação do impeachment ainda teria que passar pelo voto dos associados.

O estatuto santista impede membros do comitê de gestão do clube de serem procuradores, agentes ou empresários de jogadores e de manterem sociedade com pessoas atuantes nessa área.

Na diretoria também há quem considere a ligação do dirigente com a Saga Talent Sports & Marketing grave e merecedora de maiores explicações. A possibilidade de o pedido de impeachment é vista como real por quem pensa assim na direção, apesar de Peres minimizar o fato.

Ao blog, o cartola disse que a Saga Talent nunca funcionou e que seu contador já pediu o fechamento dela, mas "fechar empresa no Brasil é complicado". O argumento foi visto como frágil por integrantes da oposição e por pelo menos um membro da direção.

Também há pressão nos bastidores para o afastamento de Ricardo Marco Crivelli, o Lica, da gerência das categorias de base. Ele aparece entre os sete sócios da Saga Talent.

Em caso de impeachment, o estatuto alvinegro prevê que o vice-presidente assuma o posto. Atualmente, o cargo é ocupado por Orlando Rolo, cartola que mantém relação turbulenta com Peres.

 

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.