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Opinião: Andrés e Galiotte trocam de papéis em caso dos treinos abertos

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05/04/2018 15h19

Maurício Galiotte chegou à presidência do Palmeiras com fama de conciliador. Andrés Sanchez voltou ao cargo máximo no Corinthians ostentando o rótulo de bom de briga. O deputado federal não costuma recuar em seus planos em nome da diplomacia.

Porém, no caso dos treinos abertos dos finalistas do Campeonato Paulista, palmeirense e corintiano trocaram de papéis. Galiotte bateu o pé e manteve o treinamento de sua equipe para o próximo sábado às 10h. Andrés recuou e marcou o trabalho com presença dos torcedores para as 20h de sexta-feira.

Na opinião deste blogueiro, ponto para o cartola alvinegro. Não fazia sentido dois dirigentes com tantas responsabilidades nos ombros ignorarem o alerta da Polícia Militar e do Ministério Público sobre o risco de combates sangrentos pela cidade em caso de treinos simultâneos. Nada justificaria tornar vulnerável a integridade física de tanta gente.

Gagliotte tinha a seu favor o fato de ter seguido o protocolo de segurança exigido pelas autoridades, coisa que Andrés disse não ter feito porque o clube não fez nos outros treinamentos com público. Por isso o corintiano virou o lado mais fraco na disputa. No entanto, essa vantagem não impedia que a sensatez no auge da crise viesse do palmeirense. Ele não fez esse gesto conciliador e nobre.

Ao mesmo tempo, apesar de acertar no recuo, é sabido que o presidente alvinegro não repensou sua posição por amor à diplomacia. Cedeu após o Ministério Público ameaçar os dois cartolas com processo de destituição em caso de tumultos pela cidade e de ir à Justiça para impedir os treinos abertos no mesmo horário.

Porém, mais importante do que quem sai da batalha às vésperas da final do Paulista com o troféu de vencedor, derrotado, intransigente ou ponderado é o fato de a cidade se livrar da previsão de uma manhã de sábado mais tensa e violenta do que acontece normalmente por conta de suas debilidades cotidianas.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.