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Chefe do TJD vê Galiotte em campanha e diz: 'não vai ser campeão no grito'

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05/05/2018 04h00

"A federação é tão profissional que não vai dar o título pro Palmeiras e pra nenhum clube no grito. Quer ganhar, vai ganhar na bola". Essa é só uma das fortes afirmações feitas ao blog pelo delegado Antônio Olim, presidente do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista. Ele respondia sobre as novas críticas feitas por Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, ao órgão (leia a resposta do dirigente no final deste post).

Desde que o alviverde perdeu o Campeonato Paulista para o Corinthians, o dirigente está em guerra com a federação e o tribunal. Sem sucesso, ele tenta impugnar o resultado da partida por suposta interferência externa na anulação de um pênalti a favor de seu time.

Porém, para Olim, Gagliotte estica o assunto por ter motivações eleitorais. O presidente palmeirense deve ser candidato à reeleição em novembro. Na opinião do chefe do tribunal, sem conquistar o Estadual, o cartola estaria tentando ganhar o apoio dos eleitores por meio da briga com FPF e TJD.

"No começo eu entendi a posição dele. Estava no calor do jogo, o cara fica fora de si, é normal. Mas agora passou dos limites. Acho que ele está pensando em segurar o mandato dele. Tem eleição este ano, perdeu o título, precisa culpar alguém, arrumar um Cristo. Ataca o tribunal. Ele tem que ganhar a eleição no voto, não assim", disparou Olim.

Nesta sexta (4), Galiotte se revoltou com a decisão do presidente do TJD de rejeitar o pedido de impugnação da partida alegando que o Palmeiras perdeu o prazo para reclamar. O dirigente também crê que o clube levou ao órgão provas de que houve interferência no tribunal e reclamou de ninguém ter sido punido.

"O Palmeiras não cumpriu o que está escrito no artigo (sobre impugnação). Tudo que foi levado ao tribunal foi investigado. Se não teve como provar, vamos jogar futebol. O Palmeiras tem um time caro, deixa jogar. O palmeirense quer ver o time jogando, não tribunal. Fala pra ele (Maurício) ficar no clube dele, no tribunal mando eu", disse Olim.

Sobre a reclamação palmeirense de que nenhum membro da equipe de arbitragem foi punido, o delegado diz não terem sido encontradas provas de interferência externa e que "se a arbitragem foi mal, o Palmeiras tem que cobrar a federação, não o tribunal".

Segundo o presidente do TJD, o dirigente alviverde pode voltar a ser denunciado no órgão pelas novas críticas. Ele já foi convocado para falar sobre declarações anteriores.

Procurado, Galiotte deu a seguinte resposta:

"Como presidente do Palmeiras estou fazendo meu papel em defender a instituição diante de uma irregularidade explícita. Aproveito e deixo a ele (Olim) as seguintes perguntas:
1 – Por que o delegado Olim, como presidente do TJD, não faz o seu papel de investigar o que aconteceu?
2 – Por que o TJD deu um parecer sobre o inquérito em 7 dias, mesmo tendo 15 dias de prazo?
3 – Por que nenhum membro da arbitragem foi afastado ou denunciado?
4 – Por que o TJD não analisou as imagens que o Palmeiras enviou comprovando claras irregularidades na final do Paulista?
5 – Por que, desde o início, o TJD procurou desviar a atenção do que aconteceu e procurou encontrar subterfúgios processuais para não levar a investigação adiante?"

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.