Topo

Perrone

Opinião: ausência de Daniel Alves é mais dura para Neymar do que para Tite

Perrone

13/05/2018 04h00

(Crédito: Christophe Ena/AP)

Na opinião deste blogueiro, será mais difícil para Neymar  do que para Tite superar a ausência de Daniel Alves, contundido, na Copa do Mundo da Rússia.

O treinador não conseguirá um substituto tão eficiente quanto o titular no ataque. Mas tem boas opções para minimizar a perda. Fagner, por exemplo, além de ser razoável no apoio lá na frente, desarma com competência e marca bem. O corintiano tem intimidade tática com o técnico graças ao tempo em que trabalharam juntos em Itaquera. Isso conta muito. Danilo, outro dos cotados, mostra um bom equilíbrio entre desempenhos ofensivo e defensivo.

Ou seja, mesmo com alguma perda, Tite tem como substituir o atleta que havia escolhido para levantar a taça em caso de título. Até para achar um substituto à altura como capitão numa eventual final, o treinador não irá se desesperar. Marcelo, por exemplo, é um nome do mesmo quilate em termos de representatividade para a seleção.

Já Neymar dificilmente achará um parceiro que possa fazer algo próximo do que Dani faria por ele. Um de seus melhores amigos, o lateral é quem sempre está disposto a brigar pelo atacante.

Além de defender Neymar, Daniel demonstra ser quem tem mais influência para controlar o temperamento explosivo do atacante. Sem ele em campo, o ex-santista perde um apoio importante. Com certeza, o mais badalado jogador brasileiro também sentirá falta do "parça" nos momentos em que for exigida clausura durante a preparação e em pleno Mundial.

Claro que eventuais problemas de Neymar também serão de Tite. Mas hoje, o potencial de estrago provocado pela contusão de Daniel é mais ameaçador para o atacante, em minha opinião.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.