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Opinião: Tite acerta ao priorizar versatilidade na seleção brasileira

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14/05/2018 16h16

Não há jogador na lista de convocados de Tite para a Copa do Mundo que não mereça estar nela.

Como o treinador da seleção brasileira argumentou, existem atletas que mereciam ser chamados, mas perderam espaço para outros que, no entendimento dele podem ser mais úteis à equipe. Afinal, a seleção brasileira não é apenas uma competição entre quem é melhor no país em cada posição. E o técnico foi didático ao explicar seus critérios para formar a lista de 23 atletas. Nos casos de dúvida, ele priorizou os mais versáteis para aumentar seu leque tático. A decisão é acertada. A capacidade de mudar o esquema de jogo até sem precisar fazer substituições e contar com um atleta que possa atuar na posição de um companheiro lesionado, por exemplo, valem muito num Mundial.

Arthur, por exemplo, na minha opinião, é melhor do que Taison, escolhido por Tite. Mas o jogador do Shakhtar Donetsk pode ser mais útil taticamente do que o gremista, justamente por ser mais versátil, qualidade citada pelo treinador na entrevista seguinte ao anúncio dos convocados. Ele também usou a experiência como um dos critérios de desempate entre os concorrentes, pois mencionou o currículo internacional de Taison. Outra explicação compreensível.

Entre os outros jogadores que ficaram com as últimas vagas disponíveis, Geromel merecia estar na Rússia muito mais do que Rodrigo Caio. Faz tempo que ele é mais regular do que o são-paulino. Cássio está no mesmo nível do santista Vanderlei, mas de novo encontramos uma coerência na opção feita por Tite. Como em uma série de casos, ele escolheu um jogador com quem conviveu mais, portanto, conhece melhor. Fagner está na mesma situação. O lateral corintiano e Danilo eram as melhores opções a partir da ausência de Daniel Alves, na opinião deste blogueiro.

Nesse cenário, não vejo motivos para criticar a convocação feita por Tite. E ficou evidente o esforço do comandante para tentar evitar uma onda de críticas pela não convocação de um determinado atleta, embora não tenha deixado claro quem ele crê que pudesse causar tal sentimento. Graças ao seu didatismo ao justificar a montagem da seleção, ele deve alcançar o objetivo.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.