Opinião: Leila Pereira deveria definir se quer ser cartola ou patrocinadora
A forma como Leila Pereira pressiona sócios e conselheiros do Palmeiras para alcançar seus objetivos exemplifica a necessidade de os clubes impedirem membros de seus conselhos de manterem relações comerciais com as agremiações.
Como empresária a dona da Crefisa e da FAM, ao lado de seu marido, José Roberto Lamachia, tem o direito de retirar o patrocínio do Palmeiras se o clube for presidido por um adversário político deles. Ela fez a ameaça em entrevista ao Blog do Ohata.
Mas na pele de conselheira ela tem a obrigação de colocar os interesses do clube acima de suas metas pessoais. Caso não seja capaz desse sacrifício, não faz sentido querer integrar o Conselho Deliberativo. E muito menos ser presidente do clube.
Como membro do órgão, ela deve defender a manutenção dos dois patrocinadores, se entende que eles são bons para o alviverde, como pensa a maioria dos palmeirenses. Como patrocinadora, ela faz o que bem entender.
Nesse ponto fica claro que há uma incompatibilidade entre os dois papeis protagonizados por Leila. O conflito de interesses impede que ela exerça em sua plenitude as funções atribuídas a quem deve servir ao clube. Por isso, esta dupla face dos conselheiros deveria ser vetada por estatuto.
A briga entre Leila e o grupo de Mustafá Contursi já atrapalha o futebol palmeirense, e ninguém no clube parece se incomodar com isso.
A demissão de Roger Machado teve um importante componente político, assim como a escolha de Felipão como substituto.
O ex-treinador caiu logo depois de o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) palmeirense rejeitar as contas de fevereiro da atual gestão por discordar da maneira como é contabilizado o novo acordo entre clube e as empresas de Leila. Maurício Galiotte está pressionado e precisa do apoio dos membros do Conselho Deliberativo. Derrubar Roger seria uma medida popular entre a maioria dos conselheiros. E assim foi feito (claro que o treinador não caiu só por questões políticas).
Para definir seu sucessor, a diretoria priorizou alguém que conhecesse a política palmeirense e a torcida para aguentar a pressão, sempre maior em ano eleitoral, como 2018. Galiotte está disposto a tentar a reeleição.
Enquanto o futebol palmeirense tenta justificar os altos investimentos, feitos com a vital participação do casal dono da Crefisa, Leila e o grupo de Mustafá travam uma intensa guerra nos bastidores sem se dar conta de como o time é afetado. A batalha da vez é a votação entre os sócios pela mudança do estatuto defendida por Leila. A briga tem o potencial de um terremoto que já faz o vestiário alviverde tremer.
Para estancar a sangria, Leila deveria escolher se quer ser patrocinadora ou conselheira e, posteriormente, presidente do Palmeiras. O clube é quem mais perde com essa "vida dupla" de uma personagem que em pouco tempo se tornou tão influente no alviverde.
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