Opinião: corintiano Loss adotou discurso da velha guarda
Após a derrota por 1 a 0 para o Colo-Colo, na última quarta-feira, no Chile, Osmar Loss disse que o Corinthians fez uma boa partida e que o time está em evolução, melhorando.
Impossível ouvir a análise do novato treinador e não lembrar dos técnicos brasileiros da velha guarda.
O Corinthians não jogou bem nem mesmo antes da expulsão de Gabriel. E, realmente, estava em evolução até antes de empatar em casa com o Atlético-PR sem gols na partida pelo Brasileirão antes do confronto pela Libertadores. Depois, foram dois jogos sem evoluir.
Por décadas nos acostumamos a ouvir calejados treinadores terem uma leitura particular das apresentações de seus times. Frequentemente, parte deles, quando não tem como culpar o juiz, fala que a equipe foi bem e está subindo de produção mesmo sem nada disso acontecer.
Loss não é o único da nova geração a adotar o procedimento de não enxergar ou de não falar o que realmente se passou em campo. O corintiano é só o exemplo mais recente.
Como dizer que o desempenho alvinegro foi bom, ainda que só até a expulsão no início do segundo tempo, se os chilenos dominaram a partida inteira e Cássio foi um dos destaques?
Pela avaliação do site "Footstats", o goleiro corintiano fez três defesas difíceis no jogo contra nenhuma de Orión. Nos 90 minutos os corintianos acertaram uma finalização diante de sete acertos dos chilenos. Os brasileiros foram precisos em 88% dos passes que tentaram. Já o índice de acerto do Colo-Colo chegou a 94%.
Os números não ajudam Loss a sustentar sua tese. E ele nem precisava criar uma realidade particular para se justificar. É evidente que seu trabalho foi prejudicado pelas saídas e chegadas de jogadores. E que boa parte de seus reservas deixam a desejar, como Roger, Marquinhos Gabriel e Sheik (este segue esforçado, mas, pela idade, não aguenta jogar em alto nível por muitos minutos).
O que mais incomoda no discurso de Loss é a sensação de que a nova geração está perdendo a chance de romper com hábitos antigos dos treinadores brasileiros. Passar a encarar de frente os problemas de suas equipes e seus próprios erros faria bem só não à desgastada classe de técnicos brasileiros, mas ao futebol nacional de maneira geral.
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