Opinião: atitudes da Gaviões destoam de tese democrática contra Bolsonaro
O teste é moleza. Assinale a alternativa condizente com uma instituição democrática:
( ) Hostilizar homens que tentam participar dos eventos com brincos.
( ) Infernizar quem veste verde até que ele tire a camisa.
( ) Proibir os outros de gritarem gol antes da hora.
( ) Forçar torcedores a não apoiarem o time de coração quando seu grupo decide protestar fazendo silêncio.
( ) Silenciar quem decide vaiar o time durante o jogo.
( ) Cobrar e até mostrar a porta da rua para quem escolhe votar num candidato odiado pelo presidente da agremiação.
Nenhuma foi assinalada, certo? Claro, todas são incompatíveis com uma associação que diz ser pautada pela democracia.
Quem já conviveu minimamente com a Gaviões da Fiel num estádio sabe que todos esses itens fazem parte do cotidiano da principal torcida organizada do Corinthians. Não só dela, mas da maioria das uniformizadas brasileiras.
O exemplo é relacionado a Gaviões por causa da manifestação do presidente da torcida, Rodrigo Gonzalez Tapia, o Digão, depois reforçada em nota oficial da instituição, contra o voto de seus associados em Jair Bolsonaro.
É inegável que a organizada apoiou o movimento "Diretas Já". Há até registros de observadores do regime militar sobre a presença de membros da Gaviões em comício na Praça da Sé pelas eleições diretas.
Mas a uniformizada amplamente democrática construída nas linhas traçadas por Digão está mais para utopia do que para a realidade. A manifestação expressa contrária ao voto dos associados em um determinado candidato já bastaria para implodir esse castelo de areia democrático. Porém, o pacote é muito maior. A intolerância demonstrada pela Gaviões e demais uniformizadas com quem torce para outro time ou para o mesmo mas tem jeito diferente de torcer não combina com democracia.
Não dá para querer ser a torcida democrática só na hora de tentar impedir o voto em um candidato de direita, por quem, aliás, este blogueiro não nutre simpatia. Se a Gaviões quer posar como bastião da liberdade, deveria rever seus conceitos. Poderia começar não olhando torto para cara que vai torcer de brinco, de camisa verde ou se comporta na arquibancada de maneira diferente do padrão de seus sócios. Antes disso, não dá para brincar de democracia.
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