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Opinião: em Chapecó, Inter 'esqueceu' que briga pelo título

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17/09/2018 21h55

Sem mostrar um futebol compatível com quem briga pelo título brasileiro, o Internacional perdeu de virada por 2 a 1 para a Chapecoense nesta segunda em Santa Catarina.

A pressão adversária e o conformismo colorado foram tantos que parece até que os gaúchos se esqueceram de que com uma vitória abririam dois pontos de vantagem sobre o São Paulo. Com o fracasso, estão em segundo lugar com um ponto a menos do que os paulistanos.

O Inter deu espaços para o adversário, não se esforçou para marcar a saída de bola da Chape e ainda falhou na marcação no gol de empate dos donos da casa. Tanto ao não impedir o cruzamento de Eduardo como ao não bloquear o cabeceio de Leandro Pereira.

A postura que se esperava do vice-líder do campeonato foi exbida pela equipe que luta para evitar o rebaixamento. Coube ao time de Chapecó marcar o adversário em seu campo de defesa e jogar praticamente o tempo todo em busca da vitória. O prêmio veio com o segundo com de Leandro Pereira, desta vez de pênalti, na etapa final.

Foram 18 finalizações dos catarinenses (6 certas), contra 12 dos gaúchos (5 corretas), de acordo com o site "Footstats".

Faltou aos comandados de Odair Hellmann entenderem que por mais eficiente que tenha sido jogar nos contra-ataques na competição até aqui, na reta final, quem quiser ficar com o caneco precisa mostrar mais do que isso.

Apenas no final da partida, com um jogador a menos após a expulsão de Cuesta, o Internacional atuou com a volúpia de quem almeja a taça. Porém, Jandrei defendeu pênalti cobrado por Leandro Damião.

Chegou a hora de os postulantes ao título jogarem com gana de vencer e intensidade também como visitante. Quem perceber isso mais cedo vai aumentar suas chances.

O Colorado parece não ter compreendido a necessidade de um futebol mais agressivo em Chapecó e deixou de somar três pontos que podem ser motivo de choro no final da competição.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.