Topo

Perrone

Opinião: missão de Peres agora é criar condições para administrar o Santos

Perrone

30/09/2018 12h25

Após ver seu impeachment rejeitado pelos sócios do Santos, José Carlos Peres precisa trabalhar para criar condições para que consiga administrar o clube. O presidente enfrenta problemas no Comitê de Gestão (CG), no Conselho Deliberativo e com seu vice, Orlando Rollo.

O CG, que tem nove cadeiras, funciona hoje apenas com cinco membros após uma série de renúncias. Esse é o número mínimo de componentes para que o órgão possa trabalhar. Um dos integrantes é Rollo, que tem sua renúncia como vice-presidente desejada por Peres. Se ele deixar a vice-presidência, automaticamente sai do comitê, que ficaria, então sem condições de trabalhar.

Para recompor o CG, Peres precisa indicar novos membros e esperar que os conselheiros aprovem os nomes. Só que o conselho está dividido e nele dois pedidos de impeachment foram aprovados.

Além, disso, o principal dirigente santista entrou em rota de colisão com Marcelo Teixeira,  presidente do conselho, ao lutar contra a assembleia de sócios para votar o impeachment. Numa ação na Justiça, ele pediu indenização do desafeto por suposto erro no cálculo que aprovou seu afastamento no Conselho Deliberativo.

Ex-presidente do Santos, Teixeira é um forte líder na política alvinegra, o que indica a necessidade de Peres tentar desfazer o mal-estar criado.

Em relação a Rollo, a eventual renúncia não é garantia de paz. O vice se tornou um forte opositor e pode dificultar a gestão do presidente, com cobranças no conselho, por exemplo.

Há ainda uma legião barulhenta e furiosa de conselheiros, ex-funcionários e até empresário contrária à permanência de Peres.

Todos esses elementos têm potencial para fazer com que o presidente seja forçado a deixar de se concentrar na administração para se defender de ataques.

Assim, na opinião deste blogueiro, Peres precisa deixar seu estilo centralizador de lado e acionar o modo conciliador. Caso fique isolado e se preocupe em buscar uma revanche cega contra os mentores do impeachment, ele só irá aumentar sua dificuldade para administrar o clube. Ou seja, a paz que ele tento pede, não cairá em seu colo. É preciso trabalhar pela pacificação, o que passa por uma mudança em seu estilo de gestão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.