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Opinião: para que deveria servir o amistoso com os Estados Unidos

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07/09/2018 04h00

O amistoso contra os Estados Unidos, nesta sexta, às 21h05 (horário de Brasília), em Nova Jersey, marca o início do ciclo do Brasil em busca da disputa da Copa de 2022. Por isso, o jogo não é banal e precisa ser bem aproveitado por Tite.

Porém, na opinião deste blogueiro, o treinador já demonstrou que vai perder algumas oportunidades. As principais são testar Neymar na função de armador, como passou a jogar no PSG, e um novo nome para o gol brasileiro.

Indício de desperdício em termos de experimentar novidades é o fato de o time titular no último treino antes do jogo ter dez atletas que disputaram o Mundial da Rússia. O lateral Fabinho é o único que não participou da disputa.

Pelo que fez nos treinamentos, Tite deve manter Neymar pela esquerda, posição em que depende da aproximação de outros jogadores para render. Isolado na ponta, ele tende a tentar jogadas individuais. Como os adversários dobram ou até triplicam a marcação, fica tudo mais difícil.

Pensando na próxima Copa, Tite poderia aproveitar os jogos contra Estados Unidos e El Salvador, dia 11, para analisar Neymar com mais mobilidade e preocupação em reger o time do que como solista. Tudo indica que isso não vai acontecer.

No gol, está mantido Alisson. Sua presença não acrescenta nada em termos de observação. Como foi titular na Rússia, não há o que o treinador descobrir nele. Muito mais importante seria ver como outro goleiro se sai como titular, ainda que com a certeza de que a vaga seria devolvida a Alisson depois.

Entre os convocados, muito mais valioso seria observar Neto defendendo a meta brasileira desde o começo e por 90 minutos. É capaz que ele entre no decorrer do jogo.

O início de trabalho também é importante para o treinador planejar renovações na zaga e nas laterais.

Entre os zagueiros, ele faz uma boa opção ao começar com Thiago Silva e Marquinhos. O ex-corintiano desponta como futuro do Brasil na posição. Thiago dificilmente chegará em condições de ser titular no Qatar, mas sua experiência é importante para maturar a próxima dupla.

Nas lateais, o único que realmente carrega a bandeira da renovação entre os convocados é Militão, chamado depois da lesão de Fagner. É importante que ele entre no segundo tempo contra os norte-americanos.

Arthur, Andreas Pereira, Lucas Paquetá, Richarlison e Everton também merecem voltar do giro norte-americano com 45 minutos de seleção no currículo. Menos do que isso, será muita mobilização para pouca observação.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.