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Tendência é turbulência política no Santos continuar com ou sem Peres

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11/09/2018 04h00

A aprovação dos pedidos de impeachment de José Carlos Peres pelo Conselho Deliberativo do Santos nesta segunda está longe de representar a diminuição da turbulência política na Vila Belmiro.

Primeiro porque haverá agora uma dura disputa pelos votos dos associados, que têm o poder de referendar ou rejeitar o afastamento do presidente por maioria simples.

Caso o impeachment seja aprovado, Orlando Rollo, vice-presidente eleito com Peres, assumirá a presidência do clube e do Comitê de Gestão.

Aqui aparece o segundo problema. Rollo também sofre alta rejeição de parcela significativa do conselho. Entre os que rejeitam o cartola estão conselheiros que vivem em São Paulo e também tradicionais de Santos.

O descontentamento com Rollo é tanto que parte dos críticos de Peres viveu uma dúvida cruel sobre se valeria afastar o presidente para colocar o vice, que não tem a simpatia deles, no poder.

Isso significa que se Rollo assumir o comando enfrentará a mesma marcação cerrada de opositores encarada por Peres, com quem entrou em rota de colisão rapidamente.

Ou seja, a temperatura política não tende a baixar se ele for empossado.

Inicialmente, já haverá pressão para que o eventual novo presidente não deixe de investigar atos da administração passada, comandada por Modesto Roma Júnior.

Uma vitória de Peres na assembleia geral não daria garantias a ele de tocar o mandato de maneira mais tranquila.

Isso porque as divergências entre Peres e Rollo aumentaram durante o processo de impeachment. Além disso, a campanha pelo afastamento do cartola organizou e fortaleceu a oposição.

O presidente é acusado de cometer irregularidades que ele nega. Entre as acusações está a participacão no quadro societário de uma empresa habilitada para negociar e agenciar jogadores.

A Saga Talent só foi oficialmente encerrada depois de a presença de Peres como sócio ser revelada pelo blog. O cartola diz que na práticca a companhia já estava desativada quando ele se elegeu.

O estatuto santista veta a participação do presidente em empresas que negociam ou agenciam jogadores.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.