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Opinião: melhora de Neymar na seleção merece ser vista com cautela

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13/10/2018 11h37

A atuação de Neymar contra a Arábia Saudita, com direito a duas assistências, serviu para mostrar para ele mesmo e Tite de que o camisa 10 pode ser muito útil na seleção brasileira sem fazer gols.

Com sua qualidade, pensando e destribuindo o jogo, ele é capaz de ser mais letal do que simplesmente como o cara que dribla e tenta o gol.

Além das assistências para Gabriel Jesus e Alex Sandro. O jogador do PSG mostrou evolução ao evitar simulaçôes e reclamações.

Ao contrário do que fez na eliminação na Copa da Rússia diante da Bélgica, desta vez, após o triunfo por 2 a 0 sobre os sauditas, ele deu entrevistas. Não merece elogio por isso, já que é praticamente uma obrigação dos líderes de qualquer time representarem os colegas diante da imprensa.

O saldo do amistoso em Riad é postivo para Neymar, mas deve ser visto com cautela. É prudente desconfiar que ele possa ter uma recaída, como tantas que já teve.

Além disso, o adversário da última sexta era frágil. Ou seja, é interessante esperar o desempenho de Neymar contra a Argentina, na próxima terça (16), para uma avaliação mais consistente sobre se o principal jogador da seleção está em fase de evolução, principalmente comportamental.

Nada melhor do que Argentina para testar Neymar emocionalmente , tecnicamente e taticamente.

Mas, independentemente do que acontecer, é importante entender que também será apenas mais um pequeno passo no ciclo para o próximo Mundial.

Do mesmo jeito que não é razoável considerar Neymar recuperado pelo que apresentou contra a Arábia Saudita não será justo carimbá-lo como irrecuperável caso haja uma recaída diante dos argentinos.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

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