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Opinião: VAR no fim do Brasileirão seria injusto e não acabaria com erros

Perrone

27/10/2018 10h26

Marcelo Medeiros, presidente do Internacional, lançou movimento para colher assinaturas de todos os clubes da Série A pedindo para a CBF o uso do VAR nas sete últimas rodadas do Brasileirão.

Na opinião deste blogueiro a medida seria injusta e não acabaria com as pisadas de bola dos juízes.

Injusta seria porque muita gente já foi prejudica por erros de arbitragem na competição e  recebeu socorro da tecnologia. Suponha que um time teve um gol mal anulado no primeiro turno sem poder usar o VAR para mudar a decisão. E que agora esse clube tenha um tento invalidado pelo árbitro de vídeo contra a mesma equipe, mas de maneira correta. Seria justo? Não há um desequilíbrio?

Pode se argumentar que é melhor evitar erros tardiamente do que nunca. Então, vale mais usar o VAR só na reta final do que correr o risco de ver campeão e rebaixados serem definidos por falhas dos apitadores.

Esse é o ponto central. Acabamos de ver na final da Copa do Brasil duas decisões do VAR contestadas, uma pelo Cruzeiro e outra pelo Corinthians. O recurso mais atrapalhou do que ajudou.

Temos vários exemplos de decisões equivocadas apesar do "olho eletrônico". Ou seja, a utilização do recurso ainda precisa de muitos ajustes, além de aprimoramento dos árbitros e mudança radical de comportamento dos atletas para não pressionarem os juízes.

Está claro que introduzir o VAR na reta final do Brasileiro não é garantia do fim dos erros de arbitragem. Ao contrário. Em tese, teríamos mais polêmica pela frente, além de um briga pra ver quem paga a conta.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.