Críticas de Raí a Bolsonaro e silêncio do SPFC chateiam parte do conselho
As críticas disparadas por Raí contra Jair Bolsonaro em recente entrevista ao jornal francês "L'Equipe" e o silêncio do São Paulo em relação a elas incomodaram parte dos conselheiros tricolores.
Um dos motivos de insatisfação é o fato de o clube ter se manifestado oficialmente depois de Diego Souza comemorar seu gol contra o Flamengo no último domingo (4) homenageando o presidente eleito e ter se calado diante das declarações de Raí.
De acordo com a "Folha de S. Paulo", o clube afirmou que a posição do jogador não reflete à da agremiação e que não se vê no direito de cercear a opinião alheia. O posicionamento oficial foi dado diretamente aos órgãos de imprensa que o pediram. Não houve comunicado divulgado no site do clube.
De acordo com o departamento de comunicação tricolor, só houve posicionamento sobre a comemoração porque o clube foi indagado a respeito do assunto. E não existiu manifestação sobre a entrevista de Raí porque ninguém fez perguntas relativas à ela.
Entre os insatisfeitos está um eleitor do atual presidente tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Ele procurou o blog para falar sobre o caso em tom de desabafo. O conselheiro incomodado disse, sob a condição de anonimato, que os insatisfeitos entendem que a atual direção é mais tolerante com as manifestações contrárias ao presidente eleito.
Outros dois membros do conselho são-paulino confirmaram a versão de que há insatisfação com o episódio no qual Raí criticou Bolsonaro.
Também faz parte das queixas o fato de o diretor executivo de futebol do São Paulo estar envolvido com a elaboração do código de conduta e de ética do clube. Como mostrou o blog, o documento deve vetar manifestações políticas de funcionários, incluindo jogadores e dirigentes remunerados.
O argumento é de que Raí teria agido de maneira contraditória em relação ao futuro código ao fazer comentários políticos publicamente. Na entrevista, o ex-jogador chegou a chamar de absurdos e repugnantes os valores defendidos por Bolsonaro e seus eleitores.
O blog procurou a assessoria de imprensa do São Paulo para tentar ouvir Raí sobre o assunto e segue aguardando uma resposta oficial.
Um membro do conselho que confirma haver colegas insatisfeitos com as críticas de Raí é o opositor Newton Luiz Ferreira, o Newton do Chapéu.
Ele disse que acredita ter sido procurado por sócios e torcedores, além de membros do conselho, insatisfeitos com o diretor executivo por ter feito campanha por votos para Bolsonaro.
Mas, ao escrever em rede social sobre essa insatisfação de parte dos são-paulinos, ele defendeu Raí. "Obviamente, tenho uma posição contrária a dele, porém vivemos em um estado democrático, e o depoimento do Raí foi como cidadão brasileiro, não falou representando o São Paulo", escreveu Newton no dia 1º de novembro. O opositor deixou claro não fazer parte do grupo que está aborrecido com o ex-jogador.
Tréllez
Um dos conselheiros que conversaram com o blog disse estranhar o fato de entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial a numeração de Tréllez ter mudado de 17, número de Bolsonaro no pleito, para 7.
Segundo a assessoria de imprensa do São Paulo, a alteração foi feita devido a um pedido incessante de Tréllez desde que Nenê assumiu a camisa 10.
O colombiano não recebeu a camisa 7 antes porque Rojas desejava o mesmo número. Só depois que os dois concordaram foi feita a mudança. Rojas ganhou o número 11.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.