Diretor da DIS ironiza estafe de Neymar: 'feliz com chance de pena maior?'
A mais recente decisão da Justiça espanhola sobre Neymar deflagrou nos bastidores uma espécie de disputa entre os estafes do jogador e da DIS, empresa que detinha 40% dos direitos econômicos do jogador, para ver quem demonstra mais otimismo em relação ao desfecho da batalha judicial.
Ao UOL Esporte, a equipe do jogador afirmou ter sido bom para o atleta o juiz responsável pelo caso se julgar incompetente para julgá-lo e determinar que um tribunal formado por três juízes faça o julgamento.
Em contato com o blog, Roberto Moreno, diretor da DIS, ironizou a visão otimista de Altamiro Bezerra, diretor financeiro do Instituto Neymar Júnior.
"Não quero cutucar ninguém, mas é uma incoerência ele (Altamiro) dizer que ficou feliz com a decisão. A promotoria tinha pedido dois anos de prisão, agora o juiz calcula que a pena pode chegar a seis anos. Quem fica feliz ao saber que uma pena pode passar de dois para seis anos?", afirmou o executivo da DIS.
Ele se refere ao fato de, inicialmente, a promotoria ter pedido a condenação de Neymar por dois anos, além de multa, por suposta irregularidade na transferência do Santos para o Barcelona em 2013.
Agora, o juiz José Maria Vázquez Honrubia entendeu que a pena pode chegar a seis anos de prisão e ele só pode julgar casos com previsão máxima de condenação por cinco anos. Por isso, o juiz se considerou incompetente para julgar o caso.
"Você já viu alguém comemorar porque pode pegar uma pena maior do que antes? Não faz sentido", afirmou Moreno, ainda sobre a reação do estafe de Neymar.
O caso envolve também os pais de Neymar, o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rossell, atualmente preso por outras acusações, o atual principal mandatário do clube, Josep Maria Bartolomeu, e Odílio Rodrigues, que presidiu o Santos, além dos dois clubes.
A declaração rebatida por Moreno foi a seguinte demonstração de confiança dada por Bezerra ao UOL Esporte: "a notícia é boa para nós porque já é o segundo juiz que se considera incompetente para julgar o pedido da DIS. Isso enfraquece o pedido. Agora o juiz alegou incompetência porque ele só cuida de casos com pedido de prisão até cinco anos. Eles pediram seis. Outro ponto favorável para nós é que a Justiça, na Espanha e no Brasil, já entendeu os valores recebidos pelo Neymar como sendo salário".
As duas partes também esbanjam otimismo em relação ao pedido de condenação. Para a DIS, as provas contra Neymar são absolutas, e o fato de Honrubia calcular que a pena pode chegar a seis anos seria um indício de que a punição é viável.
Do outro lado do muro, o estafe do jogador do PSG diz ter certeza de que ele não será preso. Primeiro por considerar não existirem provas de que foi cometido crime na transferência dele para o Barça. Para a DIS, houve uma simulação entre os envolvidos para diminuir a quantia que a empresa tinha a receber pelos 40% dos direitos econômicos.
A defesa do astro da seleção brasileira também justifica sua posição otimista com o fato de o jogador ser primário. Pelas leis espanholas, ele só poderá ser preso ser for condenado a mais de cinco anos. O entendimento é de que um réu primário não pegaria pena perto da máxima e teria a condenação transformada em multa.
Mas a hipótese de condenação não é levada em conda pelo estafe do atleta, que sempre alegou inocência.
Em nota, a assessoria de imprensa de Neymar também afirmou que ao se declarar incompetente para julgar o caso, Honrubia, "reforça o pedido que foi negado à defesa", que "contestava a competência desta corte em julgar o caso. Consequentemente todos pedidos e atos praticados por essa corte tornam-se nulos".
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