Por economia de 47%, Arena Corinthians troca empresa de manutenção
Por sugestão do Corinthians, o Arena Fundo de Investimento Imobiliário, responsável por parte das decisões na casa corintiana, tirou da manutenção predial do estádio a Tejofran, uma das mais antigas parceiras do palco dos jogos da equipe. Sob a alegação de gerar uma economia de 47% nas despesas para manter o local, a empresa Manserv assumiu o trabalho.
O gasto mensal com a Tejofran já incomodava a diretoria anterior que o considerava alto, tanto que foi alvo de cortes com redução do serviço prestado.
A mudança está registrada em ata de assembleia geral extraordinária do fundo realizada no dia 25 de outubro.
"Em assembleia, o quotista Sport Club Corinthians Paulista apresentou os valores devidos ao novo prestador de serviços (Manserv) com redução de 47% do atual contrato, os quais foram aprovados pelos demais quotistas", diz trecho da ata que autoriza a troca de empresas.
Procurada, a assessoria de imprensa do Corinthians afirmou que a troca é resultado de uma busca do clube por custos mais baixos.
O valor da economia em reais não foi anotado no documento. Porém, o informe do fundo relativo ao terceiro trimestre deste ano disponível na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) registra despesa de R$ 1.165.768,33 com manutenção e conservação no período.
Conforme mostrou o blog em setembro do ano passado, relatório feito na ocasião por conselheiros encarregados de analisar a situação da Arena Corinthians apontou que a despesa com a Tejofran era de R$ 271.102,81 mensais. Isso após uma redução de 42,19% no valor anterior que era de R$ 469.603,45.
A saúde financeira da arena é uma das principais preocupações da diretoria e do Conselho Deliberativo do clube.
Além do contrato com o Fundo, a Tejofran fez acordo com o Corinthians para cuidar da vigilância e da limpeza da arena. Esses serviços também foram dispensados.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Tejofran afirmou que "durante a vigência dos contratos realizamos ao menos três acordos de corte no escopo e, consequentemente, nos valores".
A empresa também alegou que não recebeu explicações sobre o motivo do encerramento dos contratos e que não houve multa ou penalidade imposta ao fundo ou ao clube.
"Eventuais pendências serão negociadas com o clube", respondeu a empresa ao ser indagada se o fundo ou o Corinthians lhe devem algo por conta dos serviços prestados.
"Ainda em relação ao contrato, informamos que prestamos ao clube serviços da mais alta qualidade, a ponto de a Arena Corinthians, no que se refere à qualidade de serviços, ter sido considerada o melhor estádio da Copa do Mundo 2014. Mantivemos, conforme exigências, até mesmo todos os uniformes e veículos, por exemplo, customizados com as cores do clube, além de todos os colaboradores possuírem habilitação para a prestação dos serviços", completou a assessoria da Tejofran.
Na mesma assembleia foi aprovada a troca da administradora do fundo. A empresa Planner foi indicada para substituir a BRL Trust, que estava no negócio desde o início. A mudança, no entanto, depende de aprovação do departamento de compliance da Odebrecht, que ainda analisa o caso.
Outra decisão foi aumentar o escopo da auditoria feita pela RSM Auditores Independentes. O trabalho até então envolvia apenas as receitas as geradas pelos jogos no estádio. De acordo com a ata, agora também será feita a "verificação e fiscalização do fluxo de todas as potenciais receitas a partir da operação e agenciamento".
A ampliação do alcance da auditoria atente a exigências contratuais estabelecidas entre Odebrecht, Caixa e Corinthians.
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