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Decisão de pagar multa por Carille gera cobrança sobre direção corintiana

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07/12/2018 04h00

O acerto encaminhado com Fábio Carille causa desconforto em parte dos conselheiros do Corinthians. Não pela escolha do ex-treinador do time para substituir Jair Ventura. Mas pelos valores envolvidos na negociação. Especialmente pela necessidade de pagamento de uma multa para o Al-Wehda equivalente a aproximadamente R$ 2,7 milhões.

Bicampeão paulista (2017 e 2018) e campeão brasileiro (2017) pelo alvinegro, Carille tem muita aceitação no clube. Porém, há preocupação entre membros do Conselho Deliberativo sobre como a diretoria irá conseguir (ou já conseguiu) dinheiro para pagar a multa rescisória.

O tema deve ser abordado na próxima reunião do órgão, marcada para 11 de dezembro. A dúvida existe por conta da delicada situação financeira corintiana.

Há ainda o questionamento sobre, se a diretoria consegue trazer Carille agora, por que pelo menos não tentou segurar o técnico quando ele recebeu a proposta árabe?

Os salários que devem ser pagos ao técnico também geram preocupação em conselheiros. Se o negócio vingar, ele deve receber cerca de R$ 500 mil mensais, sem contar eventuais luvas. O valor supera o teto de R$ 400 mil estipulado pelos dirigentes.

Outra questão que incomoda é a qualidade dos reforços que a direção conseguirá contratar diante das limitações financeiras do Corinthians neste momento. É praticamente consenso entre os conselheiros que Carille não será capaz de produzir uma evolução radical no desempenho do time se não forem contratados bons reforços.

Toda essa discussão acontece justamente no momento em que os membros do Conselho Deliberativo analisam as contas de 2018 e o orçamento para 2019. Elas serão votadas na próxima reunião do órgão.

Como mostrou o blog, a projeção da diretoria é que o clube termine 2018 gastando cerca de R$ 107,1 milhões a mais do que calculou inicialmente. A previsão é de um deficit neste ano de R$ 26,39 milhões.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.