Opinião: cinco fatores dificultam missão de Carille no Corinthians
A maior parte da torcida do Corinthians comemorou o anúncio da volta de Fábio Carille como um gigantesco reforço. Por seu currículo vencedor no alvinegro, o treinador tem praticamente o status de salvador da pátria. Porém, na opinião deste blogueiro, uma série de fatores torna a missão do técnico mais difícil em relação a seus feitos anteriores. Leia a seguir.
1 – Qualidade do elenco
Em seu retorno, Carille encontra um elenco de qualidade inferior ao que teve durante o maior tempo de sua passagem anterior pelo clube.
Do time que venceu o Palmeiras na final do Paulista de 2018, Balbuena, Sidicley, Rodriguinho e Maycon saíram e não foram substituídos no mesmo nível.
Claro que a diretoria pode trazer bons reforços para a próxima temporada. O problema é a falta de dinheiro para isso.
2- Novidades
Um dos trunfos de Carille para conquistar dois estaduais e um Brasileirão foi conhecer a fundo o grupo de jogadores do clube. O domínio, inclusive das categorias de base, facilitou a remontagem da equipe para o início de 2018, por exemplo.
Neste momento, o elenco já tem nove jogadores novos em relação à última vez em que o treinador comandou o time. Hoje, esse número corresponde a mais de 25% da equipe.
Quase todas as caras novas são de atletas que não foram escolhidos por ele, pois o técnico já havia deixado o Corinthians quando essa leva foi contratada. Danilo Avelar é exceção. O lateral tinha sido indicado por Carille.
As primeiras contratações para 2019 (Gustavo Mosquito, Michel Macedo e André Luis) foram feitas antes de o retorno do treinador se concretizar.
3 – Base
Arana e Maycon são exemplos de como os jogadores vindos das categorias de base foram importantes na passagem anterior de Carille pelo clube.
No retorno, porém, ele deve ter dificuldades para garimpar jovens em casa. As principais promessas dos últimos anos do popular "terrão" corintiano já foram negociadas ou estão no time principal (Pedrinho e Léo Santos).
No Parque São Jorge, quem conhece bem as categorias de base diz que a próxima safra não é animadora.
4 – Vendas
Carille corre o risco de perder jogadores antes mesmo de a próxima temporada começar. Com pouco dinheiro para contratar, o clube não deve recusar ofertas interessantes por seus atletas.
Pedrinho interessa ao Borussia Dortumund, da Alemanha. Há outros caras valorizados no grupo, principalmente Fágner e Cássio, que estiveram com a seleção brasileira na Copa da Rússia.
5 – Salário acima do teto
Indiscutivelmente, Carille é querido pela maior parte dos atletas que trabalharam com ele no clube. Porém, em tese, o fator financeiro, pode complicar a relação com alguns.
O treinador deve ganhar R$ 500 mil mensais, sem contar eventuais luvas. A quantia supera o teto salarial estipulado pela diretoria de R$ 400 mil. Jadson, por exemplo, aceitou reduzir seus ganhos para se enquadrar nessa política. A dúvida é como ele e outros profissionais que não puderam ganhar mais vão reagir ao salário superior do chefe.
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