Horror no Ninho deveria mudar forma como autoridades e clubes tratam base
A tragédia com os garotos do Flamengo deveria ser encarada por dirigentes de clubes e autoridades como um alerta. Ser o que o desastre em Mariana deveria ter sido para mineradoras e órgãos fiscalizadores, mas não foi. E vimos o horror se repetir em Brumadinho.
Até que as investigações sejam encerradas, não se pode afirmar que Flamengo e/ou órgãos responsáveis por fiscalizar as condições do centro de treinamento foram negligentes. Não dá nem pra cravar que houve negligência, ainda. Mas está mais do que comprovado o sofrimento de jovens atletas pelo Brasil inteiro no caminho para alcançar o futebol profissional. Sobram vilões nesse roteiro. Já os mocinhos são raros.
Infelizmente, é comum candidatos a craque em diferentes cantos do país trombarem com uma turma barra pesada. A gangue tem pedófilos, agentes picaretas, especialistas em adulterar certidões de nascimento, dirigentes corruptos e irresponsáveis e toda a sorte de aproveitadores. Também não é raro ouvirmos relatos de alojamentos insalubres. O próprio centro de treinamento flamenguista já era alvo de uma ação do MP e de notificações da prefeitura.
O deprimente cenário está aí há décadas. Vez por outra denúncias ou fiscalizações colocam o dedo na ferida. Mas, na maior parte do tempo, os garotos sofrem sem serem notados.
A consternação geral com horroroso acidente no Ninho do Urubu deveria empurrar autoridades e cartolas na direção da cruel realidade encarada por boa parte dos postulantes à carreira de estrela do futebol. Condições de alojamentos e CTs por todo o país precisam ser checadas. Novas e rígidas regras deveriam ser criadas. Os estudos dos jogadores precisam ser priorizados. Criminosos que rondam crianças e adolescentes devem ser identificados e punidos. Uma rigorosa investigação sobre o que aconteceu no CT do Flamengo poderia ser o ponto de partida para a transformação da caminhada dos moleques em algo mais humano e seguro.
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