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Opinião: Corinthians e Romero precisam mais um do outro do que imaginavam

Perrone

12/02/2019 13h44

A retomada da negociação entre Corinthians e Romero para a renovação antecipada de contrato do jogador indica, na opinião deste blogueiro, que as duas partes entenderam que uma precisa da outra mais do que imaginavam.

Com o vínculo atual terminando em julho, o paraguaio já pode assinar compromisso prévio com outra equipe. Porém, o fato de voltar a conversar com a direção alvinegra sugere que ele ainda não fez isso. Talvez não tenha sido tão fácil como ele e seus agentes imaginavam que seria.

Sem jogar, Romero se desvaloriza. Claro que existirão clubes interessados em contratá-lo sem ter que pagar pelos direitos do jogador. Mas quanto estarão dispostos a pagar de luvas e salários para um atleta encostado há meses? Provavelmente, menos do que ele deseja. E como ser convocado para a seleção do Paraguai sem atuar? É possível que o atacante e seus empresários tenham entendido a situação.

Do outro lado, também parece ter caído a ficha de que encontrar um substituto para o paraguaio não é uma tarefa fácil. O atleticano Luan, visto por muitos em Itaquera como quase um clone de Romero, não veio. Os desejados Boselli e Vágner Love chegaram. No meio, o time foi reforçado com nomes considerados importantes pela diretoria como Ramiro e Sornoza. Mas o alvinegro segue sem alguém que combine eficiência ofensiva e defensiva como o paraguaio. Os resultados obtidos pelo Corinthians mostram isso até aqui. Salta aos olhos a falta que Romero faz à equipe de Carille.

Nesse cenário, uma eventual renovação é positiva para os dois lados. O Corinthians se reforça liberando para treinador um jogador no qual ele confia e sabe muito bem como utilizar. Por sua vez, o atacante volta a poder mostrar seu futebol para a seleção paraguaia e possíveis futuros compradores, além de embolsar um salário melhor.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.