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Opinião: São Paulo já entrou derrotado no Morumbi

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13/02/2019 23h27

Um time que não consegue corrigir seus erros só tem uma fórmula para reverter a derrota por 2 a 0 no primeiro jogo de um mata-mata: acreditar na virada na partida de volta, sufocar o adversário, contaminar torcida e não desistir até o fim. O São Paulo não fez nada disso nesta quarta (13), no Morumbi, emperrou no empate sem gols com o Talleres e está eliminado da Libertadores antes da fase de grupos. Deu adeus ao torneio sem chegar a falar olá.

A impressão que ficou, pelo menos para este blogueiro, é de que os tricolores já entraram derrotados em campo. Os comandados de Jardine não sentiram o jogo decisivo. O treinador não conseguiu mandar a campo uma equipe com sangue nos olhos. O estilo burocrático ajudou a criar a imagem de que os são-paulinos apenas esperavam a hora de o fracasso se tornar oficial.

As doses de apatia e ineficiência fizeram a torcida sentir o golpe. Tanto que com menos de 20 minutos de segundo tempo parte do estádio tinha pulmões para ofender Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do clube e um dos responsáveis pelo fiasco, mas não para empurrar a equipe.

De novo, o time paulistano foi lento em todos os setores e particularmente burocrático na criação. Faltou alguém também que decidisse. Aquele cara que num lance individual desequilibra, marca o gol e faz o estádio inteiro acreditar no que parece impossível.

Por sua vez, os argentinos foram gelados e pouco falharam. Jogaram de forma compacta, marcaram com competência. Souberam cozinhar o adversário que deu seus sinais de descontrole, como na expulsão de Everton, que tirou sangue do rosto de Diaz com a chuteira. Ficar com um a menos era o que faltava para o dono da casa decretar de vez o seu fracasso. Daí para frente era só esperar o desfecho inevitável, com o São Paulo saindo de campo como entrou: "derrotado", apesar do empate no placar.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.