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Opinião: São Paulo se aproxima do amadorismo ao esperar por Cuca

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14/02/2019 17h04

Chega a ser inacreditável que, depois de errar ao escolher André Jardine, o São Paulo decida esperar por Cuca com Vagner Mancini como treinador tampão. Solução provisória em qualquer ramo de atividade beira amadorismo. Não dá pra classificar de outra forma a opção feita pelo executivo de futebol tricolor, Raí, e pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva.

De acordo com Leco, Cuca precisa de dois meses para finalizar um tratamento médico e deve assumir efetivamente o trabalho em 15 de abril. Antes disso, segundo o dirigente, ele será visto no CT, mas sem desempenhar integralmente suas novas funções. Pode dar certo, mas acredito ser difícil a equipe não passar por mais um período de sofrimento. O treinador escolhido é um bom nome, só que para assumir imediatamente. Como aguentar a pressão da torcida para antecipar a chegada do novo técnico se Mancini não fizer o time voltar a vencer?

Por mais que Cuca passe as diretrizes, Mancini, coordenador técnico que prometera não atuar como técnico no Morumbi, tem o seu estilo, seu jeito de pensar à beira do gramado durante os jogos, sua forma de reagir. Assim, a estratégia escolhida condena o time a passar por três treinadores em cerca de dois meses. Como isso pode ser positivo para quem ainda busca um padrão de jogo, uma identidade? Entendo que seria melhor trazer outro profissional que pudesse chegar e comandar a equipe imediatamente.

Uma atitude amadora é exatamente o que São Paulo deveria evitar no momento em que a diretoria prega nos bastidores o profissionalismo. Raí está ali em nome de uma estrutura mais profissional. Porém, neste momento acaba de desgastar sua imagem encabeçando um projeto com jeito de gambiarra.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.