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Sete dúvidas de conselheiros do Corinthians sobre contrato com BMG

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04/02/2019 12h09

Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians, concedeu entrevistas exclusivas na semana passada ainda na tentativa de esclarecer pontos do contrato de patrocínio do clube com o BMG. Porém, apesar das novas declarações, conselheiros alvinegros seguem cheios de dúvidas sobre o acordo. A maioria deles pretende pedir explicações nesta segunda (4), em reunião do Conselho Deliberativo que tem como pauta a gestão da arena em Itaquera.

Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa do clube disse que não se manifestaria sobre o assunto, já que as respostas devem ser dadas diretamente aos membros do conselho.

Abaixo, veja as principais dúvidas dos conselheiros.

1 – Versão oficial

"Rosenberg deu várias versões sobre o contrato. Precisamos que ele esclareça no Conselho Deliberativo qual a versão oficial do clube", afirmou o conselheiro Romeu Tuma Júnior, um dos oposicionistas derrotados por Andrés Sanchez na última eleição presidencial alvinegra. Sua declaração resume o sentimento dos que acreditam ser necessária no órgão uma exposição clara e definitiva sobre os termos do acordo.

2 – Adiantamento

Um dos pontos mais duvidosos para os membros do Conselho Deliberativo é em relação ao adiantamento de R$ 30 milhões que Rosenberg disse ter sido feito pelo banco. Em entrevista à ESPN Brasil, o dirigente afirmou preferir dizer apenas que o clube recebeu R$ 30 milhões, mas que não está errado afirmar que foram adiantadas duas cotas fixas anuais de 12 milhões cada e R$ 6 milhões referentes à divisão em partes iguais de lucros gerados pela adesão de corintianos a produtos da parceria. "Esses R$ 6 milhões são adiantamento apenas de 2019 ou do contrato todo? Se não batermos, temos que devolver?", disse Felipe Ezabella, também derrotado por Andrés na eleição.

3 – Consulta aos órgãos do clube

A diretoria deve ser questionada sobre o motivo de não ter levado antes o contrato para discussão no Conselho Deliberativo e se promoveu o debate no Cori (Conselho de Orientação do Corinthians). Como o contrato pode chegar a cinco anos de duração, existem dúvidas se a atual diretoria poderia fechar o acordo sem tais consultas já que o prazo extrapola sua gestão.

4 – Reajustes

"Partindo do pressuposto de que são R$ 12 milhões fixos, queria saber se tem reajuste para 2021 e os demais anos, já que para 2020 já foi adiantado", questionou Ezabella.

5 – Rescisão

De acordo com a diretoria corintiana, depois dos dois primeiros anos de contrato as partes podem exercer uma cláusula de saída se não estiverem satisfeitas com o acordo. Há dúvidas entre os conselheiros sobre se existem valores mínimos especificados para permitir a rescisão e se existem outras condições para o encerramento do compromisso.

6 – Cálculos

Pelas contas de Rosenberg, se o BMG conseguir 200 mil correntistas corintianos por ano a meta de R$ 30 milhões anuais (contando a cota mínima fixa) será alcançada. Há dúvidas sobre como foi feita essa projeção. "Que estudo eles usaram para chegar nesse número? Qual a base? Eles precisam mostrar isso", afirmou Tuma Júnior. Ezabella questiona também qual será a periodicidade da apuração dos rendimentos referentes à participação corintiana nos lucros e dos pagamentos a serem feitos pelo banco.

7 – Oferta misteriosa

Em sua entrevista para a ESPN Brasil, Rosenberg disse que até o último momento antes de assinar com o BMG tinha uma proposta de patrocínio tradicional para o peito da camisa do Corinthians por dois anos, mas que o rejeitou por considerar o acordo com o BMG mais interessante. "Então ele precisa mostrar para o conselho essa proposta. Qual era a empresa, quais eram os valores?" disse Tuma Júnior.

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UOL Esporte

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

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