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Opinião: Galo precisa definir se quer treinador de tiro curto ou longo

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11/04/2019 17h34

Por filosofia, este blogueiro tende a ser contra mudanças de treinadores durante a temporada. Porém, no caso de Levir Culpi, o Atlético-MG acertou na opinião do blog. A derrota por 4 a 1 para o Cerro Porteño, na última quarta (10), pela Libertadores, deu a dimensão do desgaste entre o treinador e o elenco. Mudar era a única saída.

Agora a diretoria do Galo precisa pensar se quer alguém para tentar uma rápida guinada ou para preparar um trabalho mais profundo, a longo prazo. No Brasil, não faltam especialistas no arroz com feijão, que promovem rapidamente uma mudança significativa. Estes, no entanto, costumam ter prazo de validade muito curto. Muitos são técnicos de uma nota só.

O ideal para o Atlético-MG seria um treinador com ideias claras de jogos, métodos simples, mas com vasto repertório para aplicar conforme a equipe for evoluindo. Isso, em tese, garantiria um trabalho mais consistente e duradouro.

Atualmente, a equipe mineira não tem padrão de jogo definido. Por isso, a simplicidade nos primeiros dias de trabalho ajudaria o time a ter uma cara. É preciso que a equipe possua objetivos táticos definidos e esteja preparada para reagir às situações de jogo. Ajudará muito se o futuro técnico for desses caras que conseguem ler o jogo rapidamente.

Ele também terá que mostrar conhecimento para conquistar a confiança de jogadores, principalmente os mais experientes, como Victor, Elias e Ricardo Oliveira. Boleiros rodados assim não costumam ter paciência com treinadores inseguros. O escolhido precisará de pulso firme para não perder o comando do vestiário. Tudo isso significa que a melhor opção é alguém da velha guarda? Não necessariamente. É possível técnicos jovens reunirem essas características. A missão atleticana é escolher bem, porque mais uma troca neste ano pode comprometer a temporada.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.