Opinião: CBF trata Neymar como menino ao falar de acusação com pai dele
"Informei ao pai do atleta que essa assessoria jurídica está aqui para centralizar as informações e, a partir daí, tentar resolver o caso o mais rápido possível pra ele poder ter a cabeça tranquila e seguir na Copa América".
A afirmação parece ter saído da boca de um dirigente para falar de atleta das categorias de base com problemas. Mas foi feita recentemente por Edu Gaspar em referência à acusação de estupro contra Neymar, 27 anos, que nega ter cometido o crime contra uma brasileira em Paris.
O coordenador não é o único a cuidar do caso com o pai do acusado. Ao dizer que confia em Neymar, Rogério Caboclo, presidente da CBF, também declarou estar conversando com o pai do astro da seleção brasileira sobre o assunto delicado.
Na opinião deste blogueiro, os dois episódios mostram que a CBF ainda trata quem deveria ser o principal jogador do time nacional como um jovem aprendiz.
Ou será que se fosse outro jogador metido nessa confusão a confederação trataria do tema com o pai dele ou com o empresário? Lembrando que Neymar pai agencia o filho.
Você que tem a partir de 27 anos acha que seus patrões iriam conversar com seu pai sobre um problema particular que o afetasse? Difícil a resposta ser positiva.
O que Edu e Caboclo parecem não enxergar é que o jogador que deveria ser o líder da seleção brasileira por sua reserva técnica não pode ser tratado como um adolescente sob a tutela do pai. Aliás, nenhum dos atletas de Tite merece ser encarado dessa forma.
Com Neymar é pior por conta do que se espera dele dentro de campo. Até outro dia ele era o capitão da seleção. Como vai comandar o time se na hora do aperto seus chefes precisam lidar com seu pai.
Pra mim, isso é uma proteção exagerada, maléfica e diferenciada dispensada a Neymar. No ambiente da seleção, ele e qualquer jogador, tem que cuidar sozinho de suas coisas. Seu pai não deveria ser interlocutor da entidade. Ele não pode ser personagem da equipe brasileira.
Esse tipo de atitude atrapalha o processo de amadurecimento de Neymar. E mostra que a CBF ainda não entendeu que tratá-lo como eterno menino é ruim para ele e para a seleção.
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