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Opinião: nas semifinais, só Brasil tem pequeno favoritismo

Perrone

30/06/2019 09h04

Pelo que apresentaram nas quartas de final os quatro sobreviventes, só o Brasil, diante da Argentina, chega às semifinais da Copa América com um pequeno favoritismo, na opinião deste blogueiro. Entre Chile e Peru não há favoritos.

A seleção brasileira sofreu mais para eliminar o Paraguai nos pênaltis do que os argentinos, que fizeram 2 a 0 na Venezuela. Porém, nos 90 minutos, o time de Tite mostrou mais capacidade de criação, ajudado, claro, pelo fato de o adversário estar com um a menos durante quase todo o segundo tempo.

Na base de mudanças durante o torneio, Tite fez seu time apresentar pequena evolução. E parece existir margem para crescer mais.

Já a Argentina está estagnada. Nos primeiros minutos contra a Venezuela deu a impressão de que mostraria crescimento. Porém, depois de abrir o placar voltou a ser o mesmo time lento e aparentemente desinteressado dos outros jogos.

A menos que o verdadeiro Messi resolva desembarcar no Mineirão no lugar do craque cansado que temos visto, a Argentina vai depender de sua velha garra. Ela  também ainda não se apresentou na competição. Enfrentar seu maior rival ajuda muito para isso acontecer.

Jogar em casa é o fator que completa esse mínimo favoritismo brasileiro.

Do outro lado, a tendência é que Chile e Peru façam um jogo tão equilibrado quanto feio.

O cardápio de jogadas ofensivas das duas seleções é enxuto. Os peruanos insistem angustiantemente em chutões em busca de Guerrero isolado na área.

Por sua vez, os chilenos tocam mais a bola, mas têm pouca criatividade para fazer algo além de cruzá-la na área, o que executam com eficiência.

O cenário descrito acima mostra como é difícil fazer previsões sobre quem serão os finalistas. Está mais duro do que nas quartas. E acertei apenas 50% dos semifinalistas: Brasil e Argentina. Colômbia e Uruguai, meus outros favoritos, ficaram pelo caminho.  Ou seja, a chance de queimar a língua agora é muito maior.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.