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Opinião: Coutinho dá aula para Neymar

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17/08/2019 10h16

Ao acertar sua ida por empréstimo ao Bayern, Philippe Coutinho gerenciou melhor seu futuro de que Neymar, na opinião deste blogueiro.

O jogador do PSG e seu estafe deveriam aprender com a forma como Coutinho encontrou seu destino na atual temporada.

Assim como Neymar, Coutinho entendia precisar de novos ares. Porém, diferentemente do ex-santista, ele não entrou em rota de colisão com diretoria e torcida de seu clube. Foi discreto. Não tocou fogo no circo. E não deixou a novela se arrastar.

O resultado é que Coutinho já sabe onde vai atuar nesta temporada e começa a tocar seus projetos. Conseguiu um time forte e que acena para ele com a chance de desenvolver papel importante.

O empréstimo é por um ano, mas há opção de compra por 120 milhões de euros. Caso se destaque num time do tamanho do Bayern, o brasileiro terminará o período muito valorizado.

Porém, se ele não for bem, deixou as portas abertas no Barcelona. Saiu pela frente e por lá retornaria.

Enquanto isso, em Paris, Neymar agoniza. Atrasa seu reinício de temporada e vê ao seu redor um ambiente hostil, do qual ele mesmo foi o principal arquiteto.

E se voltar ao Barcelona, vai encarar parte da torcida de cara amarrada por causa da forma como saiu da Catalunha.

Não estou aqui pra dar lição de moral, mas Neymar e seu pai poderiam prestar atenção na aula dada por Coutinho e sua  equipe.

Nem toda transferência precisa bater recordes financeiros. É possível recuar um passo para avançar muitos em seguida. Forçar a barra e gerar inimizades não são as únicas formas de se conseguir uma mudança.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.