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Aliados de Galiotte pedem mudança de estilo no departamento de futebol

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02/09/2019 09h52

Aliados de Maurício Galiotte, incluindo gente que integra sua diretoria, defendem que o presidente mude a filosofia do Palmeiras no departamento de futebol. Não se trata de uma cobrança pela demissão de Alexandre Mattos, como faz grande parcela da oposição. A ideia é mudar a política de contratações e de planejamento da equipe.

O entendimento central é de que o clube hoje gasta muito, ganha títulos, mas não construiu uma hegemonia no país correspondente ao valor de suas despesas. Não levantou um tricampeonato brasileiro, por exemplo. No final de maio, o departamento de futebol, incluindo as categorias de base, registrava gasto mensal médio de aproximadamente R$ 41,1 milhões incluindo todas as despesas.

Há especialmente um incômodo com contratações de jovens jogadores feitas este ano para compor elenco. A tese é de que no lugar de trazer atletas pensando no futuro, o ideal seria deixar esse espaço para jogadores das categorias de base e aumentar o nível dos contratados para serem titulares. A crítica atinge nomes como Arthur Cabral, emprestado ao Basel, da Suíça, Matheus Fernandes e Carlos Eduardo.

No início da temporada, a diretoria defendeu sua estratégica de contratações alegando que já tinha uma base montada e precisava apenas fazer ajustes e pensar a médio prazo na reposição de peças.

A contratação de jogadores experientes, como Ramires, Vitor Hugo e Luiz Adriano pouco depois da metade da temporada reforça a tese dos críticos de que houve falha na montagem do elenco.

Há também queixas em relação a como o Palmeiras lida com sua condição financeira. A avaliação é de que a diretoria não se preocupou em evitar uma imagem de clube rico que estaria prejudicando a agremiação no mercado com pedidas mais altas quando o alviverde tenta uma compra.

A comparação com rivais aumenta o desejo de mudanças. A argumentação é de que o Grêmio, por exemplo, avançou na Libertadores com um projeto mais sólido e menos caro. Principal rival alviverde, o Corinthians, é outro citado, já que também tem conquistado títulos, mas com muito menos dinheiro para investir em reforços.

A expectativa é de que o presidente palmeirense dê sinais ainda durante esta temporada de que está disposto a comandar uma mudança no estilo do clube no departamento de futebol. Com ou sem Mattos.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.