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Opinião: sobrou só papo de arquibancada de Andrés para corintiano abraçar

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31/10/2019 16h45

Um giro pelas redes sociais indica que parcela considerável da torcida corintiana aplaudiu o discurso de Andrés Sanchez em entrevista após a derrota de seu time para o CSA por 2 a 1, nesta quarta (30), em Maceió. Os fãs se identificaram com o tom indignado do cartola. Porém, na opinião deste blogueiro, o presidente do clube alvinegro pouco esclareceu e não indicou os caminhos para fazer a equipe voltar a vencer.

Uma das especialidades de Sanchez é justamente falar o que seu público quer ouvir. Dizer que "jogando essa merda que está jogando" o Corinthians não vai vencer e declarar que há jogadores que parecem estar em férias exprime o sentimento da maioria do torcedor.  Por isso, o dirigente ganhou elogios de boa parte da Fiel.

Mas, quem acompanhou atentamente a entrevista, continua praticamente com todas as dúvidas que tinha antes dela. Na análise da diretoria qual o problema palpável do time e como solucioná-lo? São as principais perguntas que Andrés deixou sem resposta.

É compreensível que o dirigente não vomite todas as verdades sobre o que derruba o rendimento do time diante dos jornalistas. Não se pode exigir que o presidente de um clube detone publicamente seus funcionários. Contudo, Sanchez tem a obrigação de tomar atitudes que mostrem a atuação da diretoria para reverter a situação.

A apatia que o dirigente vê nos jogadores enxergo na direção alvinegra. Nada além de uma entrevista com Andrés jogando para torcida foi visto de prático desde que a má fase começou. Tanto que está tudo na mesma. Minha impressão é de que a diretoria, assim como Carille, está perdida. Não sabe direito como recolocar o trem nos trilhos.

Não é surpresa que isso aconteça. Afinal, boa parte da situação se deve há erros cometidos pela direção. Entre eles estão contratações que não funcionaram, a escolha de dois iniciantes na carreira de dirigente (Sheik e Vilson), a atuação no futebol de um presidente que tem problemas do tamanho da arena do clube para resolver e a falta de cobrança diária sobre jogadores e membros da comissão técnica.

Nesse cenário, os problemas foram se acumulando. Agora que eles estão prestes a enterrar de vez a campanha alvinegra no Brasileirão, a diretoria espera resolver quase tudo de uma só vez. E antes do jogo com o Flamengo, líder do Campeonato Brasileiro e sensação atual do futebol nacional. Praticamente só sobrou mesmo o papo de arquibancada disparado por Sanchez para o corintiano se apegar.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.