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Esportivamente, Michael é bom negócio para Fla. Financeiramente, nem tanto

Perrone

12/01/2020 12h31

Prestes a ser oficializada pelo Flamengo a contratação de Michael é, na opinião deste blogueiro, grande negócio esportivamente. Mas, financeiramente  nem tanto.

No campo esportivo, o rubro-negro reforça seu elenco com um dos destaques do Brasileirão.

Em tese, Michael deve começar o ano como reserva, o que assegura a Jorge Jesus a possibilidade de repor eventual desfalque sem perder qualidade.

Mais do que isso, o treinador ganha uma alternativa de alto nível independentemente de lesões ou contusões.

De quebra, o Flamengo se prepara para o caso de uma eventual investida do exterior em Bruno Henrique.

Outro ponto importante é impedir que um de seus adversários se fortalecesse com Michael.

Financeiramente, o risco é de o Flamengo não recuperar numa eventual venda os 7,5 milhōes de euros (cerca de R$ 34 milhōes) investidos na compra de 80% dos direitos econômicos referentes ao destaque do Goiás.

Aos 22 anos, Michael já está fora da faixa etária priorizada pela elite da Europa. Os times europeus de ponta preferem brasileiros com menos de 20 anos.

Isso provavelmente explique o fato de, mesmo após excelente temporada, ele não ter conseguido uma transferência para Europa.

Teoricamente, Michael terá mais mercado na segunda prateleira europeia. Para conseguir algo mais terá que dar um enorme salto na carreira, com vaga constante na seleção brasileira. por exemplo.

Por outro lado, está claro que lucrar com a eventual revenda do novo reforço não é essencial para a diretoria flamenguista. O clube da Gávea, neste momento, não depende disso para fazer a roda girar.

A estratégia rubro-negra é engordar seu cofre com a negociação de jogadores que estão na idade que seduz os grandes europeus, como Reinier. O plano é usar esse dinheiro para montar/manter um esquadrão.

Nesse planejamento, a contratação de Michael não é loucura. Pelo contrário, ela se encaixa no modelo de negócios do atual campeão carioca, brasileiro e da Libertadores.

Para o Corinthians, que brigou pelo atleta, sim, seria uma sandice. Quem não consegue pagar as prestações da casa própria precisa ser cauteloso ao ir às compras.

O Goiás mandou bem. Esticou a corda ao máximo sabendo que não conseguiria fazer uma venda melhor para a Europa.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.