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Caso de trio do 'clã' de Zé Dirceu motiva cerco contra amigos de Andrés

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28/02/2020 11h36

A revelação de que o ex-ministro José Dirceu tem duas filhas "de coração" trabalhando no Corinthians, além de uma biológica, feita pelo blog, faz com que conselheiros oposicionistas tentem combater o que chamam de "farra das contratações".

 A ideia é apertar o cerco contra contratações de parentes de amigos do presidente Andrés Sanchez.

As medidas sugeridas vão além de cobrar explicações sobre o caso envolvendo o "clã de Zé Dirceu".

Uma das intenções é apresentar requerimento pedindo a relação de funcionários que deixaram a empresa Omni e foram incorporados ao quadro de empregados do Corinthians.

O objetivo é saber se na relação existem familiares de outros amigos de Andrés, além das filhas do político petista.

De acordo com a assessoria de imprensa do clube, Carolina e Catarina Ramos, tratadas como filhas por Zé Dirceu, deixaram a empresa que cuidava do Fiel Torcedor e viraram funcionárias alvinegras juntamente com outras 53 pessoas na mesma situação.

 A mudança ocorreu depois de IBM assumir a operação do programa de sócio-torcedor do clube.

Quem defende o pedido de entrega da lista suspeita que outros parentes de amigos de Sanchez tenham sido alocados inicialmente na Omni com o objetivo de evitar uma ligação direta com o clube.

O presidente corintiano não fala com o blog, por isso foi impossível ouvi-lo sobre o tema.

Quando o Fiel Torcedor era operado pela Omni, o conselheiro oposicionista Romeu Tuma Júnior chegou a pedir para a diretoria apresentar a relação de funcionários da empresa que atuavam no programa de sócio-torcedor, porém, não obteve sucesso.

Zé Dirceu tem também uma filha biológica, Joana Saragoça, trabalhando na Arena Corinthians.

O caso do trio ligado ao petista condenado no Mensalão e na Lava Jato, fortaleceu o projeto de parte dos membros da comissão de reforma estatutária do clube de focar em regras de compliance. A aposta é de que as medidas de transparência e a profissionalização dos departamentos force a criação de processos seletivos mais técnicos para as contratações de funcionários. Em tese isso dificultaria indicações pessoais.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.