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Insistência com Sidcley é primeiro grande pecado de Nunes no Corinthians

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06/02/2020 07h19

Tiago Nunes já tem uma teimosia para chamar de sua como técnico do Corinthians, na opinião deste blogueiro. Trata-se da insistência com Sidcley.

Visivelmente, o lateral-esquerdo ainda está fora de forma, por mais que o treinador diga o contrário.

Isso ficou evidenciado na derrota corintiana por 1 a 0 para o Guaraní, nesta quarta (5), pela segunda fase preliminar da Libertadores, no Paraguai.

Quando avançava, e o Corinthians perdia a bola, Sidcley não tinha fôlego para voltar com a velocidade necessária. Deixava espaços para os paraguaios.

No ataque, sua produtividade foi baixa. De novo, o lateral corintiano que mais participou do jogo no campo de ataque foi Fágner, pela direita.

Nunes demorou para enxergar o óbvio e custou a colocar Piton no lugar de Sidcley na etapa final.

Como era de se esperar, a revelação corintiana deu mais velocidade e mobilidade ao time. Ficou ainda mais difícil entender sua permanência no banco de reservas.

A justificativa de Nunes de que Sidcley precisa jogar para ganhar ritmo não se sustenta. A recuperação do lateral é mais importante do que o desempenho coletivo do Corinthians? O caminho não poderia ser inverso, com Sidcley entrando aos poucos para ganhar condição de jogo? As boas atuações de Piton não deveriam ser premiadas com a titularidade?

Na minha opinião, as respostas são óbvias e deixam o técnico numa situação desconfortável.

Nunes deveria tentar responder a essas questões antes do confronto de volta com o Guaraní. Com a obrigação de vencer, o treinador não pode se dar ao luxo de deixar quem está melhor na reserva.

Claro que Sidcley não foi o único responsável pela derrota no Paraguai. Luan, por exemplo, teve atuação apagada. Janderson não foi bem e Boselli não acertou a pontaria. Porém, a lateral esquerda é o ponto crítico alvinegro neste momento.

Está fácil de corrigir com Piton como titular. No entanto, se Nunes não repensar seus conceitos em relação à disputa na lateral esquerda, corre sério risco de amargar uma queda precoce na Libertadores.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.