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Opinião: saída de Neymar do PSG seria saudável para jogador e clube

Perrone

19/02/2020 12h09

As recentes trocas de farpas entre Neymar e a comissão técnica do PSG indicam que a relação entre ambos está com prazo de validade vencido.

Os dois lados não se incomodam mais em manter as aparências e em evitar danos maiores.

Quando Thomas Tuchel não gostou de ver o jogador marcando sua festa de aniversário com a presença de companheiros de time, perto de um jogo de equipe, teria sido mais produtivo para o PSG debater o tema apenas internamente.

O mesmo vale para as queixas de Neymar sobre ter sido poupado pela comissão técnica antes da derrota contra o Borussia Dortmund pela Champions League, por 2 a 1. Hoje em dia, até um juvenil sabe que o mais prudente nesses casos é lavar a roupa suja em casa.

Porém, nas duas situações, técnico e jogador não se importaram com a turbulência que suas declarações poderiam causar. Agiram como aquele casal que não espera chegar em casa para discutir. Briga em meio ao almoço de família na frente de todos os parentes. De certa forma, já preparam os familiares para a possível notícia de uma separação.

Essa é a sensação que tenho em relação ao casamento entre Neymar e PSG: ele parece estar no fim.

No ponto em que a relação chegou o divórcio pinta mesmo como a melhor solução para todos.

Chega a fazer mal para a saúde quando um trabalhador exerce suas funções insatisfeito com as decisões de seus chefes. A recíproca é verdadeira.

Assim, será mais saudável para o brasileiro se ele deixar o clube parisiense num futuro próximo.

Por sua vez, o PSG ficaria livre dessa relação tóxica e do ambiente carregado que ela provoca. Isso apesar de Neymar estar fazendo una temporada muito boa. Com o dinheiro que pode entrar numa eventual venda, é possível contratar alguém para ter desempenho semelhante, mas num  ambiente pacífico.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.