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Opinião: caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho virou Lava Jato do Paraguai

Perrone

12/03/2020 04h00

Na opinião deste blogueiro, o caso Ronaldinho já merece o apelido de "Lava Jato do Paraguai". Como aconteceu com a operação brasileira, todo mundo sabe de que forma começou a investigação envolvendo o ex-jogador do Barcelona e seu irmão Assis, mas ninguém tem ideia de onde ela vai parar.

A detenção dos brasileiros parecia ser um caso isolado, mas o trabalho das autoridades a cada dia revela mais complexidade.

Até este post ser escrito já eram 14 pessoas processadas pelo Ministério Público por conta do envolvimento no esquema de produção de documentos públicos paraguaios com conteúdo falso. Também lembrando o ocorrido no Brasil, as apurações paraguaias voam em direção do governo.

Até agora, o terremoto provocou estragos no térreo do funcionalismo público do Paraguai. Más está na cara que esse elevador vai subir, como na Lava Jato.

Minuto a minuto as autoridades vão desmantelando o que parece ser um gigantesco esquema de falsificação de documentos.

O Ministério Público desconfia de outros crimes praticados pelos mesmos atores como lavagem de dinheiro, hoje tão conhecida no Brasil.

Vale lembrar que Ronaldinho e Assis admitem que usaram documentos falsos para entrar no país, mas afirmam terem pensado que eram verdadeiros. Para sustentar essa tese, seus advogados lembram que eles poderiam ter ingressado no Paraguai com documentos de identidade brasileiro. Ou seja, se soubessem que os papéis eram falsos, não precisariam ter arriscado o pescoço dessa maneira.

Os irmãos seguem em prisão preventiva. Talvez não tenham noção do terremoto que atingiu Assunção após suas detenções.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.