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Direção do Corinthians tenta se descolar de euforia por naming rights

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20/08/2020 12h21

Desde que o ex-jogador e atual apresentador Neto afirmou que o Corinthians vendeu os naming rights de sua arena, torcedores do Corinthians ficaram frenéticos nas redes sociais.

Nomes são especulados e a busca por informações é incessante. No entanto, a direção do clube vai na contramão dessa empolgação, mas, ao mesmo tempo, deixando uma esperança.

Os movimentos da diretoria do clube são no sentido de se descolar dessa euforia. O discurso é de que nada está fechado, mas que existem conversas que podem evoluir, como quase sempre existiram.

A linha é a mesma usada no Twitter por Andrés Sanchez para negar que o negócio esteja concretizado, mas deixando a porta aberta para a Fiel sonhar.

"Em nome do Corinthians, aviso que não tem nenhuma negociação concluída dos naming rights da Arena Corinthians. O clube continua conversando com diversos interessados e espera ter, em breve, excelentes notícias para toda a torcida e os sócios", afirmou o presidente corintiano na rede social.

Há um cuidado na diretoria para que ela não seja acusada de usar os naming rights como combustível eleitoral, o que já ocorreu com Andrés em 2012.

Às vésperas da eleição na qual Mário Gobbi foi eleito como candidato da situação, Sanchez disse em sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S. Paulo que a negociação estava praticamente definida.

"Isso já está bem adiantado. Depois que o novo presidente ganhar (a eleição) em 30, 40 dias sai o 'naming rights"' afirmou o cartola na ocasião. Porém, até hoje nada aconteceu.

A próxima eleição acontecerá em novembro. Gobbi será candidato de novo, mas agora como crítico de Andrés. Duílio Monteiro Alves, diretor de futebol, é cotado para ser o candidato situacionista.

Antes do pleito, Andrés enfrentará a votação de suas contas relativas a 2019 no Conselho Deliberativo. O Cori (Conselho de Orientação) e o Conselho Fiscal já recomendaram a reprovação, que pode gerar abertura de um processo de impeachment de Andrés.

Nesse cenário crítico, vender os naming rights, em tese, revigoraria o presidente, que enfrenta seu momento mais frágil entre todas as suas passagens pelo cargo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.