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Expulsões de Fagner e Avelar mostram que problema corintiano é mais grave

Perrone

10/09/2020 21h51

 As expulsões de Fagner e Danilo Avelar na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras nesta quinta (10) mostram que o problema do Corinthians é mais grave do que se pensava. Vai além de falta de qualidade técnica e de força tática.

Quando dois atletas experientes são expulsos de maneira infantil deixando o time em situação dramática contra seu maior rival é porque o nível de concentração e de controle emocional está perto de zero.

E o que está provocando isso?  É trabalho da comissão técnica e da diretoria descobrir. Os dois lances que geraram cartões vermelhos indicam que algo pode estar perturbando o emocional de alguns jogadores.

Não é demais lembrar que eles chegaram a ficar quatro meses sem receber salários. Nesta semana foram acertadas três dessas remunerações. Os atrasos podem ter gerado a desconcentração de alguns? Pode, mas não é uma certeza.

Certo é que Fagner, jogador de Copa do Mundo, foi infantil. Não se trata de analisar se a bola entraria no gol. A questão é que era muito cedo para tentar evitar um gol em troca de um pênalti e uma expulsão. Qualquer jogador com a cabeça no lugar sabe que esse tipo de escolha não é vantajosa no primeiro tempo. Ainda mais num clássico.

Já no final do jogo foi a vez de Avelar perder a cabeça e fazer uma falta digna de cartão vermelho.  Fazer isso sabendo que sua equipe está levando de 2 a 0 do maior rival e que já tem um a menos é perder a cabeça 

Sorte do Corinthians que o Palmeiras não teve apetite para golear. Se forçasse um pouco mais desde o início do segundo tempo, o  alviverde teria saído de Itaquera com um resultado histórico.

Luxemburgo precisa fazer seu time ter mais vontade nesses momentos. Trabalho bem mais complexo terão diretoria e comissão técnica do Corinthians para descobrir o que faz seus jogadores chegarem a esse nível de vacilo.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.